JANELA 10/40
MISSIOLOGIA
Dedicatória:
A todos aqueles que são “nascidos de novo” (João 3), para que possam estar firmes na Palavra, conhecendo as profecias, crendo nelas, observando os sinais dos tempos, para que não sejam “confundidos por Ele na Sua vinda” (1 Jo 2:28), “Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem” (1 Pe 2:12). Sabendo, principalmente, que: “... ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37).
Aos ainda não salvos, com a esperança de que se arrependam e creiam, o quanto antes (Lucas 12:20), no Senhor Jesus Cristo, ÚNICO caminho que leva ao Pai (João 14:6), sabendo que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).
E, principalmente:
“... ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém”.
(1Tm 1:17)
SOBRE VERSÃO
Pastor Celso Soares Neto, filho de Pedro Maria Filho e Zilda Maria de Jesus, nascido em 15/01/1967, na cidade de Dores do Indaiá/MG a Avenida da Saudade 181 (conhecida com Beco do Cemitério), onde vivi com meus pais e 14 (quatorze) irmãos, todos filhos de um mesmo casamento. Criado com muito amor e disciplina, também com grandes dificuldades financeiras.
Minha mãe padecia de diversas enfermidades, sendo assim fui praticamente criado por minhas duas irmãs Márcia e Aparecida.
Vim para Belo Horizonte ao 17(dezessete) anos para trabalhar no Banco Mercantil do Brasil, onde trabalhei por 11 (onze) anos, fui criado nesta época por minha irmã Branca e seu esposo Amadeu no qual foram meus segundo pais, de onde sai para casar em 1990.
Já casado passamos 06 (seis) anos sem Jesus em nosso casamento, mas faço menção ao meu cunhado Gerson Lopes Cançado, (in memorian) esposo da minha irmã Maria José, que muito me falava sobre Jesus, dando-me um Novo Testamento cumprindo assim em minha vida a palavra do Senhor que a semente (palavra) lançada não voltará vazia, também a minha amada sogra Maria das Mercês de Souza (in memorian) que tanto orou por mim e minha esposa.
Nos casamos na Igreja Batista do Barreiro, casamento celebrado pelo Pastor Carlos (conhecido como Carlão).
No tempo determinado por Deus, aceitei Jesus na Igreja Pentecostal Jesus é Amor, liderada pela Missionária Nilza, minha mãe na fé. Fui muito auxiliado, por minha cunhada Mercês Maria, que aliás tem me ajudado espiritualmente até nos dias de hoje. Ao aceitar Jesus fui chamado para fazer parte do quadro de ceifeiros de sua obra, onde fui pastor por 04 (quatro) anos no Bairro Sol Nascente em Ibirité/MG.
Sendo direcionado pelo Senhor vim para Igreja Pentecostal Varões de Guerra, Congregação João Gomes Cardoso, onde permaneço até esta data, sendo pastor dirigente. Fui recebido pelo pastor presidente Ralph A. Assé, que me confiou a liderança desta igreja.
FORMAÇÃO TEOLÓGICA E ACADÊMICA
Médio em Teologia
STPMG - Seminário Teológico Pentecostal de MG
Registro: Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas nº 58.306, Livro A, Folha 3 e 4, CNPJ 16.748.089/0001-09
Capelania Cristã
ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica
Registro do diploma: 2º cartório de registro de títulos e documentos de BH, nº 88.4683
Bacharel em Teologia Ministerial
ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica
Registro: nº 11.9760, Lei Federal nº 10.51169, livro A, CNPJ 07.618.054/0001-04, com sede a Avenida Afonso Pena, 262/2009, Centro BH/MG
Registro do Aluno: 0209/05
Registro do diploma: 90.2832, no 2º cartório de registros e documentos/BH
Obs.: Nenhuma destas formações teriam sentido na minha vida se não fosse a presença viva e real do Espírito Santo de Deus no qual sempre agradeço essa dádiva que me foi concedida gratuitamente pela graça no Nosso Senhor e Salvador Jesus, que tributo toda honra, glória e louvor para Ele e por Ele até o fim dos séculos. Amém.
Bacharel em Administração (incompleto)
Instituto J. Andrade de Ensino Superior
Juatuba /MG
Registro do aluno: 11.01723
MISSIOLOGIA
1. Introdução
1.1 No sentido de evangelização, todos são missionários (Atos 1:8)
1.2 Em outro sentido todos são chamados para missões transculturais--é a tarefa de todos na igreja (Ef. 1:18-23; 3:20)
1.3 No sentido tradicional o missionário é descendente do apóstolo no Novo Testamento: um enviado para o mundo ao fora (Atos 13:1-4). É sobre o preparo dessa pessoa que estamos preocupados nesse estudo.
1.3.1 Deus é responsável pelo preparo dos Seus servos, e Ele utiliza métodos informais, não-formais e formais ao longo da vida.
1.3.1.1 A cultura--cada cultura tem sua contribuição na construção do mosáico da Igreja de Cristo (cada um tem vantagens e desvantagens culturais no desempenho de missões).
1.3.1.2 A família (modelo, ensino, experiências que moldam a vida [testemunho pessoal])
1.3.1.3 As escolas, seculares e teológicas (dão informações, mas mais importante, formam modelos de discipulado e aprendizado)
1.3.1.4 A igreja (modelo de comunidade, estilos de liderança e vida cristã; meio de comunicação dos propósitos de Deus para o mundo; o principal instrumento para o discipulado; e o alvo de missões)
1.3.1.5 Exemplos bíblicos de preparo missionário--Paulo e Barnabé (profundamente preparados no conhecimento teológico, na comunidade da igreja, na comunicação transcultural)
1.3.2 Desde que o preparo missionário é de Deus, devemos com cuidado e humildade examinar como Ele quer fazê-lo através de nós. Em nossas escolas de preparo missionário não podemos fazer tudo, mas, sim, fazer a nossa parte com zelo conforme os padrões de Deus. Podemos compartilhar princípios e ferramentas e"apontar o caminho" (point the way).
2. Teologia precisa de missões
2.1 Herman Ridderbos escreveu 586 páginas sobre a teologia Paulina, e nunca nenhuma vez mencionou missões![1] (O teólogo não deve esquecer que a missão cristã primitiva foi a progenitora da teologia.)
2.2 Base bíblica--o centro da teologia e a razão da existência da Igreja é missões.
2.2.1 No A.T. Deus, que é digno do louvor das nações, demonstra o Seu amor e Sua autoridade sobre elas:
2.2.1.1 Na Criação (Gen. 3:15)
2.2.1.2 Na Escolha de Abraão (Gen 12:1-3)
2.2.1.3 Na Lei (Ex. 19:5-6)
2.2.1.4 No reino (o Templo; os Salmos)
2.2.1.5 Nos Profetas (Is. 42:6-12)
2.2.2 No N.T. o propósito central de Deus se cumpre através da Igreja.
2.2.2.1 Jesus veio como o Missionário por Excelência (Fl. 2:1-11).
2.2.2.2 Jesus preparou os Seus discípulos para alcançar as nações, culminando no dia em que Ele deu-lhes a Grande Comissão (os Evangelhos).
2.2.2.3 A obra do Espírito Santo é levar a Igreja a fazer missões (At 1:8).
2.2.2.4 O livro de Atos é a história de como o Espírito Santo começou a fazer missões na prática.
2.2.2.5 As Epístolas em grande parte são escritas para as igrejas que foram o resultado de missões, exortando-as a continuar vivendo para a glória de Deus no mundo e trabalhando para a expansão da Sua Igreja (Rm. 16:25-6; 1 Cor. 9:19-27)).
2.2.2.6 O Apocalipse é uma visão do resultado final--pessoas de todas as tribos e nações diante do Trono de Deus, louvando-O e engrandecendo-O.
2.2.3 Conclusão: não devemos deixar que os currículos tradicionais, ou a costumeira falta de visão missionária, nos tire a perseverança em seguir as ênfases bíblicas.
2.3 Enriquece o estudo de teologia quando aplicado em outras culturas e religiões. O princípio de educação que aprendizado não ocorreu se o aluno não pode aplicá-lo em outros contextos. (√ Eisner)
2.4 Os líderes eclesiásticas (os formandos das escolas de teologia) precisam aprender a importância de missões
3. Missões precisa de Teologia
3.1 O mandato missionário vem da própria Bíblia. Não é uma idéia humana. O missionário precisa entender isto--no contexto de todos os propósitos de Deus! Se não, é onda, moda, com motivos errados e não para a glória de Deus. (O missionário sem entendimento do propósito missionário de Deus terá dificuldade permanecer no campo por muito tempo.)
3.2 Os objetivos de missões dependem da teologia.
3.2.1 Pela teologia entendemos o que é evangelização e missões (o que é o Evangelho? Os próprios missionários são salvos? Entendem as implicações de salvação em Cristo? Os povos realmente precisam do Evangelho?)
3.2.2 Fazer discípulos é levar pessoas de todas as nações a "guardar tudo" que Jesus ensinou (Mt 28:19-20). Para tal, os missionários precisam primeiro conhecer e guardar aquilo que Jesus ensinou (que envolve o A.T. e N.T.--a Bíblia toda). A autoridade das Escrituras não pode ser enfatizado demais. É a Palavra que dé o conteúdo e direção para aquilo que o missionário vai fazer.
3.2.3 Os Evangelhos; Atos; as Epístolas; o exemplo de Israel; o estudo da glória de Deus; Deus e as nações, etc., são indispensáveis para a tarefa principal de missões--a implantação de igrejas autóctones que refletem a imagem de Deus nas suas culturas e sociedades.
3.3 A teologia é o conteúdo na bagagem missionária (as malas que transportam o conteúdo são antropologia missionária, comunicação transcultural, etc.). É essencial que o missionário tem bons ferramentas teológicos e hermenêuticos para poder fazer a Palavra relevante e transformadora em outras culturas.
3.4 O caráter do missionário e dos seus discípulos é moldado pela teologia. Fé em que? Obediência a que e por quê? Somos orientados pela Palavra--o caráter de Deus e sua vontade para nossas vidas (progressivo crescimento nas características cristãs: humildade, amor, alegria no Senhor, confiança, submissão mútua, maturidade, estabilidade, perseverança, flexibilidade, simpatia). Teologia é a base da ação. Paulo sempre usa aquele poderoso "pois" (como em Ef. 4:1, depois de explicar em profundidade sobre a teologia da salvação, vida cristã, igreja, etc. em 1-3) porque as regras da vida cristã tem razão somente por causa de quem é Deus e o que Ele tem feito em nosso favor.
3.5 Nada é mais prática do que uma boa teoria (James Pleudemann)! (Nossa tendência como Americanos do Norte e do Sul é sermos pragmáticos e ativistas em excesso.)
4. Integração (ou não) teologia-missiologia
4.1 Modelos Estruturais Institucionais
4.1.1 Modelo Seminário sem Missões
4.1.1.1 Zero--->"Introdução à Missões"
4.1.1.2 Relegado ao canto--sem nenhuma atenção ou importância
-"Missionário é alguém sem capacidade." "Missionário é Americano = rico, dominador, colonialista."
-"Temos que evangelizar Brasil primeiro."
4.1.2 Modelo Treinamento Missionário sem Teologia
4.1.2.1 Excesso de "fé" - "Deus vai mostrar o que falar e fazer; não preciso estudar nada."
4.1.2.2 Imediatismo--"Não tenho tempo."
4.1.2.3 Orgulho--"Já li a Bíblia uma vez."
4.1.2.4 Pragmatismo--"Sempre posso dar um jeito." "Tudo vai dar certo."
4.1.2.5 literato--"Sou membro da igreja por 20 anos."
4.1.2.6 Desrespeito da Palavra (as admoestações sobre qualidades de obreiros e missionários--"qualquer pessoa serve"), do campo ("Ele não sabe de muito, mas sabe mais do que os índios.") e do próprio obreiro ("Deixa ele quebrar a cara." "Não temos dinheiro suficiente para enviar o sustento.")
4.1.2.7 Coronelismo e paternalismo--"Eu vou endireitar/cuidar/tomar conta aqueles índios!"
4.1.3 Modelo Treinamento Missionário Pós-Teologia
Escolas que só aceitam os que se formaram. Ex. Missão Antioquia (inclusive aceitam os que fazem apenas o curso modular [fins de semana por um ano]). Exclusivamente ensinam matérias missiológicas.
4.1.3.1 Tira missões das escolas de teologia.
4.1.3.2 É baseado na teologia previamente feita, mas sem integração de teologia com os estudos mais pragmáticos e científicos de missiologia.
4.1.3.3 Tem a vantagem de relevância no treinamento (geralmente os alunos vão em seguida para a campo missionário).
4.1.3.4 Os alunos são mais maduros (se treinamento acontece na escola de teologia, os alunos sem maturidade podem diminuir o nível de aproveitamento).
4.1.3.5 São de curto prazo.
4.1.3.6 É mais fácil ser inovativo (experiências práticas, comunidade, crescimento espiritual, variedade e contato com professores).
4.1.4 Modelo Treinamento Integrado
4.1.4.1 CEM
-4.1.4.1.1. anos
-Módulos
-pós graduação
-comunidade
4.1.4.2 FTBSP
-diferentes programas
-fermento missionário dentro do seminário
-bacharel/mestrado/certificado/latu sensu
-estágios sendo implantados
-matérias integrados (Efésios)
-externo, sem ligação estreita com as igrejas
4.1.4.3 Campo Grande/Betel Brasileiro
-currículo integrado com missões/departamento também
4.2 Modelos metodológicos e didáticos
4.2.1 Bancários (acontece muito com o sistema modular, pois não há tempo para tarefas, discussões na sala de aula, e dinâmica de ensino)
4.2.2 Elitista (só o professor sabe)
4.2.3 Coronelista e paternalista (o professor decide e dirige tudo: os objetivos, métodos, conteúdo, avaliações. Só o professor fala)
4.2.4 Repetitivo/decorativo (listas de fatos, sem nenhuma oportunidade de aplicação usando casos, problemas a serem resolvidos, discussão em classe sobre as realidades das suas vidas e ministérios.
4.2.5 Dinâmico/discipulador
4.2.5.1 O professor é um modelo de humildade e dependência de Deus. Ele ajuda o aluno saber aprender e ele aprende também.
4.2.5.2 O aluno tem que raciocinar/aprender estudar/pegar gosto pelo estudo e pela Palavra de Deus/conhecer fontes de pesquisa e como avançar no aperfeiçoamento para a vida toda/aprende tirar conclusões baseado em princípios aprendidos/aplicá-las/avaliá-las/compartilhá-las.
4.2.5.3 Há desenvolvimento de caráter, relacionamentos, dons, trabalho, conhecimento, etc.
4.3 Modelo Ideal--Comunidades de Reflexão e Preparo Missionária
4.3.1 Objetivos e Métodos Didáticos
4.3.1.1 Que a comunidade seja o corpo de Cristo em ação (exemplo de PAS em Caraguatatuba)
4.3.1.2 Que haja amor e respeito e compromisso à Palavra de Deus (exigências de conhecimento e compromisso com a Bíblia demonstrado em atitudes devocionais, estudos que leva a Bíblia a séria, capacidade de demonstrar a ligação entre vida e prática e princípios bíblicos, currículo com missiologia integrada com teologia constantemente [não apenas usando "textos-provas"])
4.3.1.3 Que o aluno seja motivado pelos grandes propósitos de Deus baseados nas Escrituras e demonstrados através de toda a história (o aluno deve ter fundamentos estacados nos estudos de teologia--bíblica, sistemática e histórica. Só é adquirido isso em anos de participação em igrejas que realmente ensinam toda a verdade da Bíblia, e em escolas teológicas onde a Palavra é a ênfase central.)
4.3.1.4 Que o aluno aprenda mais do que meros fatos; que os valores, atitudes e cosmovisão sejam desafiados e transformados. (Ele precisa livrar-se o máximo possível do seu etnocentrismo, respeitar e amar outros, e humildemente ajudar outros a crescerem.)
4.3.1.5 Que haja desenvolvimento de caráter, com a comunidade e os líderes acompanhando o aluno no seu crescimento espiritual, psicológico e social (contato intenso entre líderes e candidatos, desenvolvimento de um "caring community", atenção para problemas de relacionamentos, falta de humildade, falta de consideração para com o outro, falta de amor. Os líderes sendo modelos de acessibilidade, identificação e humildade em ouvir, compreender os outros, com coragem de corrigir e edificar com honestidade)
4.3.1.6 Que o aluno possa aprender a fazer teologia, não apenas conhecê-la. (Isto não é inventar teologia, mas descobrí-la e aplicá-la em uma prática relevante.) Verdades de Deus e da vida cristã precisam fazer parte da sua vida duma forma tão integral, que ele possa traduzir estas verdades em outras linguagens e formas, sem ferir ou sacrificar o que a Bíblia realmente está dizendo. (Missões cristãs sem a Bíblia é incoerente, pois o ensino da Palavra deve ser central àquilo que o missionário faz, e faz tão bem que o aprendiz pode levar o ensinamento para outros!)
4.3.1.7 Que haja verdadeira humildade e espírito de servo (tarefas de limpeza, cozinha, etc., ajudando uns aos outros e a igreja local, fazem parte da vida na comunidade)
4.3.1.8 Que o aluno desenvolva sua capacidade de fazer uma contextualização crítica (Hiebert), respeitando limites bíblicos, no meio de outras culturas (teologia, estratégia, história e ciências sociais visando aplicações e avaliações culturais e bíblicas)
4.3.1.9 Que a prática e a teoria sejam integradas, a prática coerente com a teologia. Que o aluno adquira ferramentas que o ajudarão desenvolver fundamentos que o ajudarão resolver problemas em outros contextos e sem a ajuda de respostas pré-fabricadas, mas baseadas no entendimento profundo das Escrituras. (Veja Anexa A para um exemplo no livro de Efésios)
4.3.1.10 Que a educação cristã missiológica seja mais crente! (Ted Ward). (Se o trabalho missionário depende de oração, fé, o poder e a direção do Espírito Santo, o conhecimento e ensino das Escrituras, o discipulado, a implantação de igrejas, o serviço e a vida cristã, então o treinamento missionário precisa de tudo isto também, demonstrado na comunidade e na sala de aula!)
4.3.2 Estrutura: Integração e cooperação entre igreja/escola teológica/missiologia/agência missionária
4.3.2.1 Cada um contribui e enriquece o outro em vez de cada um querer fazer tudo sozinho.
4.3.2.2 A igreja é a base de tudo; os alunos estudam e os professores ensinam na escola teológica (providenciando aquele fermento missionário para a escola teológica, e a base teológica para os missionários), a agência missionária e as igrejas ajudam com orientações específicas sobre suas filosofias, campos e estratégias, e providenciam oportunidades para estágios em outras culturas).
4.3.2.3 O ensino formal, não-formal e informal são incluídos numa comunidade de aulas, serviço, ministério, e vida em comunidade.
4.3.2.4 Para ser bem sucedido precisa de líderes com experiência e vida aprovada para estar intimamente ligadas à comunidade. Os alunos aceitos também devem ter chamado missionário, estar com processos de aceitação em andamento, serem aprovados pelas suas igrejas, e demonstraram certo nível de conhecimento bíblico.
4.3.2.5 Sem currículo copiado, mas feito levando em consideração o aluno, seus dons, sua cultura com suas vantagens de desvantagens e o trabalho que fará no campo missionário.
4.3.2.6 As igrejas tem que ser intimamente envolvidas no preparo de missionários, pois são indispensáveis pelo processo de discipulado ao longo dos anos. O missionário tem que ter o seu praxis de implantação de igrejas baseado em modelos fortes de igrejas neo-testamentários que demonstram amor, a importância da oração, conceitos de poder espiritual e temporal, valores, como cumprir a responsabilidade social sem distinção entre pobres e ricos--uma verdadeira comunidade heterogênica com crianças, mulheres, velhos, homens, pobres, e ricos aprendendo a se respeitar e viver em amor, serviço, edificação e respeito mútuo, estilos de governo com líderes-servos não dominadores, processos bíblicos de decisão, edificação mútua, louvor e compromisso com Deus, obediência à Palavra de Deus, alegria e serví-lO e como a igreja deve se expandir (congregações novas) usando métodos bíblicos quanto finanças, discipulado, etc. Roberto Ferris diz: "A escola de preparo missionário que submete à direção da sua igreja constituinte, convidando a igreja a participar em formar currículo, serve como modelo alternativo. Formandos tem menos tendência de pensar que são independentes das igrejas. Sua prontidão em se colocar dentro da igreja emergente e submeter à sua direção, providencia um modelo mais Bíblico para líderes nacionais." (International Missionáry Training: A Global Perspective a ser publicado pelo IMTP)
4.3.2.7 Estágios e experiências práticas bem acompanhados e avaliados com auxílio das igrejas e agências missionárias.
4.3.3 Conclusões: Considerações Práticas
4.3.3.1 A escola de treinamento missionário deve ficar nas proximidades de uma(s) igreja(s) local(ais) que apresenta um bom modelo eclesiástica, amor por missões, compreensão e compromisso com o treinamento e discipulado de missionários e disposição de se envolver com as vidas e o desenvolver dos dons dos candidatos à missões. Paulo e Barnabé ficaram um ano ensinando em Antioquia; a igreja local tem que providenciar oportunidades para que os candidatos possam aprender ensinar, sendo corrigidos, encorajados e apoiados nos seus passos de crescimento.
4.3.3.2 Uma(s) escola(s) teológica deve estar acessível para que os alunos sem preparo teológico adequado podem aproveitar de matérias e professores de valor. Se o seminário oferece matérias missiológicos, então a escola deve aproveitar estas matérias, em vez de dar separadamente. (Provavelmente alguns líderes da comunidade são professores no seminário.)
4.3.3.3 No programa da comunidade, haverá tempo para aulas formais (nos seminários fora, de professores visitantes, e da própria comunidade); oportunidades de por em prática aquilo aprendido em experiências práticas de evangelização, plantação de igrejas novas, e edificação pelo ensino nas igrejas envolvidas no preparo; períodos de trabalho manual e serviço prestado; e, muito importante, horas cada semana de reflexão em grupo quando o aprendizado, a prática, os problemas, os alvos e as idéias podem ser discutidos num ambiente de amor, aceitação mútua e busca da vontade de Deus.
Em conclusão cito Robert Ferris novamente:
. . . o conteúdo, ênfase e equilíbrio do currículo devem ser submetidos a apuração das Escrituras. É essencial quando programas são orientados pelos alvos a serem atingidos e são inovativos. É igualmente importante, portanto, quando o conteúdo e estratégia do treinamento é tradicional. Em ambos os casos, o exame cuidadoso da Bíblia nos traz átona questões cruciais e adverte quando falhas no programa. Que Deus nos ajude permanecer fieis à letra e o espírito da Sua Palavra!
Bibliografia
ANEXO A
IV. Indicações didáticas
A. A Bíblia deve ser a base do ensino missionário.
1. Não usar a Bíblia como "texto prova."
2. Indicar textos relevantes e pedir que os alunos mesmos descubrem as implicações para o assunto do dia.
B. Levar o aluno a sempre avaliar suas idéias, pressupostos, práticas comparando-as com a Bíblia.
C. Envolver sempre o aluno com o seu próprio aprendizado.
D. Ajudar o aluno a fazer aplicações práticas das teorias, tanto na própria sala de aula, como na vida eclesiástica e cotidiana.
E. Facilitar o trabalho em conjunto com outros alunos dentro e fora da sala de aula (como vai precisar fazer no campo missionário com colegas missionários e nacionais).
F. Criar dentro da sala de aula um modelo de "líder-servo" (professor-servo), humildade, amor, dependência em Deus, submissão à autoridade da Palavra, respeito mútuo, liberdade de expressão, etc.
G. Evitar apostilas pré-fabricadas, fórmulas enlatadas e hierarquias ` do professor dominante.
H. Exemplo de Efésios--uma teologia bíblica de missões. Porque é necessário?
1. O estudo de missiologia a partir do texto bíblico já põe em prática aquilo que será feito (esperamos) no campo missionário.
2. Missiologia baseada na teologia é carregada de autoridade da própria Palavra de Deus.
3. É algo que ele sempre estará voltando a ler e a aplicar.
4. Envolve o próprio aluno na exegese e aplicação com práxis especificamente relevante dentro da cultura brasileira.
5. Exige uma boa prática hermenêutica.
6. Envolve a comunidade da classe, inclusive o professor (o professor também aprende, tirando hierarquias e domínio não bíblicos).
7. É um modelo sadio de discipulado que o próprio aluno imitará no campo missionário.
8. Segue o exemplo de Jesus
O que é Missões? |
Existe hoje uma confusão generalizada no meio dos cristãos, a respeito do que é missão. Assim como antigamente, hoje tudo se convencionou chamar de missão. Ora se tudo é missão, nada é missão, diz Stephen Neill. Tentar definir missão não é tarefa fácil. É claro que houve uma evolução natural do termo ao ponto de "missão" incluir tudo, porém sem se identificar com esse todo. Pôr exemplo missão não é sinônimo de evangelismo, pois se tudo que a Igreja fizer for chamado de evangelismo, então nada é realmente evangelismo. No dizer de John Stott, "missão" significa atividade divina que emerge da própria natureza de Deus". Foi o Deus vivo quem enviou a seu filho Jesus Cristo ao mundo, que enviou pôr sua vez os apóstolos e a Igreja. Enviou também o seu Espírito Santo à Igreja e hoje envia aos nossos corações. Daí surge a missão da Igreja como resultado da própria missão de Deus, devendo aquela ser modelada pôr esta. Para que todos nós entendamos a natureza da missão da Igreja, precisamos entender a natureza da missão do Filho. Não podemos pensar em missão como um dos aspectos do ser Igreja, um departamento, mas como afirma o Dr. J. Andrew Kirk, "a Igreja é missionária pôr natureza ao ponto de que, se ela deixa de ser missionária, ela não tem simplesmente falhado em uma de suas tarefas, ela deixa de ser Igreja." Para nós entretanto, não nos resta outra opção a não ser entender a missão a luz do ministério de Jesus. O que implica em dizer que missão é ser enviado; "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio a vós" (João 20:21). Primeiramente ao mundo. Johannes Blauw, em a Natureza Missionária da Igreja, diz que "Não há outra Igreja, que não a Igreja enviada ao mundo". Fomos enviados para que nos identifiquemos com outras pessoas, pois de fato o que Jesus fez foi se identificar conosco assumindo nossos pecados, experimentando nossa fraqueza, sendo tentado e morrendo a nossa morte. Somos enviados pôr Cristo para encarnar as necessidades das pessoas, necessidades espirituais e materiais num mundo cada vez mais hostil. Em segundo lugar, se compreendermos a missão de Jesus corretamente, vamos descobrir que ele veio ao mundo também com a missão de servir. Charles Van Engen ao citar Dietrich Bonhoeffer diz, "a Igreja existe para a humanidade no sentido de ser o corpo espiritual de Cristo e - a semelhança de Jesus - é enviada como serva". Marcos 10:45 diz que "o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". A nossa missão como a dele deve ser uma missão de serviço. Quero concluir com um outro texto de John Stott dizendo que: "Missão, antes de tudo, significa tudo aquilo que a Igreja é enviada ao mundo para fazer." Sendo que na sua caminhada ela deve mostrar a vocação da sua missão que é ser enviada ao mundo para ser Sal da terra e enviada ao mundo para que lhe sirva de Luz do mundo. |
Janela 10/40 |
Segue-se abaixo algumas informações sobre o mundo atual. Essas informações servirão como um ponto de partida para você que está começando a se envolver com missões. Creio também que poderá lhe ajudar a ter uma visão maior do Reino de Deus, que não está limitado àquilo que vemos e sentimos. A visão de Deus é Universal. Para entendê-la melhor é necessário conhecer a necessidade do mundo, pois Jesus veio para salvar o que se havia perdido. Então, o que está perdido e o que precisa ser encontrado? O que precisamos fazer para mudar esse triste quadro? Que quadro? O mundo atual. Pense reflexivamente sobre isso. Janela 10/40 É a região entre o Atlântico e o Pacífico, e entre os paralelos 10 e 40 de latitude norte, onde vive a maior população mundial com menos oportunidade de ouvir o evangelho.
Creio que a busca de recursos e estratégias para alcançar os países da Janela 10/40 seja um dos assuntos mais abordados pelas igrejas, agências missionárias e organizações que se interessam em fazer parte da grande comissão. Chamamos essa região de Janela 10/40, porque está localizada entre os paralelos 10/40 do globo terrestre, um espaço comparado a uma janela retangular, que se estende desde o oeste da África até o leste da Ásia. Os países dessa região são considerados o “Cinturão da Resistência”, ou seja, um número expressivo de povos não alcançados pelo evangelho. Ao todo são 62 países localizados na Janela 10/40. O maior desafio missionário dos últimos tempos. Para você que está iniciando um departamento missionário em sua igreja é necessário conhecer um pouco dessa realidade. É justamente nessa região onde acontece o maior número de guerras e tragédias no mundo. Lá também, está o maior índice de analfabetismo e mortalidade infantil. Ali está o berço do mundo, onde há três religiões que crescem muito: Budismo, Islamismo e Hinduísmo. Por isso, estarei focalizando, no último capítulo deste livro, as necessidades dos países da Janela 10/40, com algumas estatísticas recentes sobre o número de cristãos, índice de analfabetismo, mortalidade infantil, renda per capita e outras. A fim de que você possa conhecer um pouco da realidade do mundo atual e através dessas informações mobilizar sua igreja para orar mais detalhadamente por esses países. As três religiões da Janela 10/40 Budismo, Islamismo e Hinduísmo são as três religiões que mais crescem nesses países. Religiões que anualmente têm matado milhares de pessoas e adeptos, por causa das facções existentes entre eles mesmos e da perseguição causada contra os cristãos residentes nessas áreas de risco. Ali ter a liberdade de expressão e adorar ao Deus verdadeiro é quase uma blasfêmia contra as ideologias pregadas pelos líderes dessas religiões. Vejamos abaixo um pouco sobre os fundamentos dessas religiões. BUDISMO Foi fundado na Índia, por volta do século VI a.C. por um pregador chamado Buda. Em várias épocas, o budismo tem sido a força religiosa, cultural e social dominante na maior parte da Ásia, especialmente na Índia, na China, no Japão, na Coréia, no Vietnã e no Tibet. Em cada região, o budismo combinou-se com elementos de outras religiões, como o hinduísmo e o xintoísmo. Atualmente, o budismo tem cerca de 613 milhões de adeptos no mundo. A maior parte deles vive em Sri-Lanka, nas nações do interior do Sudeste da Ásia e no Japão. As Crenças do Budismo Todos os budistas têm fé em: 1 - Buda; 2 - Em seus ensinamentos, chamados de “Darma”; 3 - Na comunidade religiosa que ele fundou, chamada “Sanga”. Os budistas chamam Buda, Darma e Sanga de os Três Refúgios ou as Três Jóias. BUDA - Nasceu por volta de 563 a.C. no Sul do Nepal. Seu nome verdadeiro era Sidarta Gautama. Era membro de uma rica e poderosa família real. Com cerca de 29 anos, Gautama convenceu-se de que a vida estava cheia de sofrimento e tristeza. Essa convicção o levou a abandonar a esposa e o filho recém-nascido, e procurar a iluminação religiosa como monge viajante. Depois de percorrer o nordeste da Índia por aproximadamente seis anos, Guatama teve a iluminação. Ele acreditou ter descoberto a causa de a vida estar cheia de sofrimento e como o homem poderia escapar dessa existência infeliz. Após outras pessoas terem tomado conhecimento de sua descoberta, passaram a chamá-lo de Buda, que significa "o iluminado". Islamismo A palavra Islamismo significa submissão a Deus, e muçulmano é aquele que segue as leis islâmicas. A revelação do islamismo foi dada a Maomé, que é reverenciado pelos muçulmanos como o maior profeta. Maomé não é apenas um nome, mas um título - “Aquele que é adorado”. A vida de Maomé Maomé nasceu em 570 d.C., em Meca, uma cidade da Arábia. Seu pai morreu antes do seu nascimento. Era membro do clã Hashim e de uma poderosa tribo Quraysh. A mãe de Maomé morreu quando ele tinha apenas seis anos de idade. Maomé foi viver com o avô, que era guardião de Ka’aba. Tristemente, dois anos depois, seu avô também morreu e desde a idade de 8 anos Maomé foi criado por seu tio, Abul Talib, que era um mercador nas rotas de camelos mercantes. Cresceu durante uma época de insegurança econômica e descontentamento com as diferenças entre os muito ricos e os pobres. A adoração a deuses pagãos era muito comum na Arábia. Estima-se que existiam cerca de 360 deuses a serem aplacados, com mais de 124.000 profetas conhecidos. Consta nos arquivos da história muçulmana que, desde menino, Maomé detestava a adoração aos ídolos e que levava uma vida moral pura. Maomé foi empregado por Khadija, uma rica viúva, para administrar a caravana mercante. Ficou conhecido como “Al-Amin” , o “Digno de Confiança”, e foi um proeminente membro da associação mercante de Meca. Aos 25 anos casou-se com Khadija com quem teve 6 filhos; todos morreram, menos a filha caçula - Fátima. Maomé e Kahadija ficaram casados 25 anos. Mais tarde, depois da morte de Khadija, Maomé aprovou a poligamia e casou-se com várias mulheres. Aos 40 anos, ficou muito preocupado com a situação de seus compatriotas e gastou muito de seu tempo em meditação sobre assuntos religiosos. Durante sua vida, Maomé conheceu muitos cristãos, sacerdotes e judeus. Muitas vezes, buscou conselho de um monge jacobino que lhe ensinou vários aspectos dos costumes religiosos judaicos. Durante o mês de Ramadam, Maomé retirava-se para uma caverna na encosta do Monte Hira, a três milhas de Meca. Foi durante uma dessas ocasiões, que ele começou a receber revelações e instruções que acreditava serem do arcanjo Gabriel. Estes escritos formam a base do Alcorão. Junto com o Alcorão, há o livro de Hadiths. Nele contém os ensinos de Maomé, e é tão importante quanto o Alcorão em todas as áreas da vida do muçulmano. Maomé declarou que o Alcorão era a revelação final e superior do único e supremo Deus. Proibiu a adoração aos ídolos e ensinou que a vida do muçulmano deve ser completamente submissa a Alá, com abluções rituais antes das cinco orações diárias, voltados para Meca. A sexta-feira tornou-se o dia separado para adoração conjunta na mesquita. Hinduísmo A origem do hinduísmo se encontra num sincretismo que vem a ser um confronto entre o hinduísmo e o islamismo, e inaugura uma nova fase no desenvolvimento religioso na Índia. É resultante de tentativas de fusão das religiões dominantes, trazidas para a Índia há mais de três mil anos, por povos cuja origem é incerta e cujas crenças já existiam. O hinduísmo prega a existência de um número imenso de deuses, embora considere Brama o primeiro grande deus, de onde provêm outros milhares de deuses. Quanto à origem dos seres e do próprio Brama, segundo o ensinamento do hinduísmo, havia antes um mundo submerso na escuridão; sem atributos, imperceptível ao raciocínio, não revelado e como que entregue inteiramente ao sono. Além de Brama existem Sirva e Vishnu, os quais formam a trindade hindu. No hinduísmo, a natureza dos deuses é muito variável, isto é, determinado deus pode ser bondoso ou favorável numa circunstância e violento e cruel em outra. Vishnu é tido como conservador e Sirva como destruidor, podendo ambos tomar formas diferentes e terríveis. Em relação aos animais, as crenças hinduístas são complexas: a vaca sem exceção das diferentes seitas, é considerada sagrada, não pode ser morta nem comida. O rato, por exemplo, é considerado deus e come comida suficiente para alimentar toda a população do Canadá. Até o começo deste século, alguns ramos do hinduísmo ofereciam aos deuses sacrifícios humanos. Viver é sofrer - Sentimento idêntico ao do budismo - e deixar de viver é alcançar a paz eterna do nirvana, contínuo renascer; para muitos hinduístas há uma lei fatal, a lei do Karma (destino). Hoje existem cerca de 716 milhões de hindus no mundo e eles possuem estratégias como: meditação transcendental, yoga, pensamento nova era e krishna. Diante dessa tão triste realidade, cabe a nós como igreja nos levantarmos para fazer algo por tanta gente que tem vivido debaixo do jugo de satanás através das religiões, que não seguem o termo original da palavra: religar. Mas ao contrário disso, distancia a raça humana de Deus. Como igreja temos a função restauradora de trazer de volta o relacionamento do homem com Deus. Para isso, precisamos saber como se encontra o homem e como podemos nos posicionar, levantar e fazer um trabalho de adoção daqueles que são órfãos espirituais, ou melhor, daqueles que precisam conhecer o verdadeiro amor de Deus. | ||||||||
Porque orar pelas nações? | ||||||||
Porque a intercessão é uma das formas mais elevadas de oração porque trata com uma das coisas mais preciosas que existem: as almas dos homens e mulheres. Atualmente, a igreja cristã está enfrentando um desafio espiritual - o desafio do Islamismo, Budismo e Hinduísmo, que tem se espalhado em cada continente da terra. George Otis Jr. escreveu: "Enquanto o igreja avança para o ano 2000... multidões ainda esperam no vale da decisão; a questão é quem vai alcançá-los primeiro. Nunca antes a igreja teve que enfrentar tal diversidade de rivais comprometidos com os princípios do ativismo". (O Último dos Gigantes). Enquanto Deus escolhe seus vasos, e Seu sacerdócio real, não podemos ignorar nossa responsabilidade para com esta geração de pessoas, desde a África até a Ásia, da Europa até o Oriente Médio. Devemos entrar na batalha. É surpreendente a evidência de como a oração é efetiva e faz uma diferença no destino de pessoas e nações. Certamente Deus está disposto a responder orações. Resta aos homens e mulheres que se agarrem as vastas promessas que Sua palavra contém sobre a oração. E.M. Bounds declara que "oração é a linguagem de um homem carregado com um sentido de necessidade... Não orar não é apenas declarar que nada é necessário, mas admitir a não realização dessa necessidade". Por razões além do nosso entendimento, parece que Deus se fez dependente de nossas orações. Isso é particularmente verdade em como Deus depende da oração intercessória para preparar os não salvos para a salvação. Andrew Murray disse: "O intenso desejo de Deus de abençoar parece que de alguma maneira está limitado a Sua dependência em intercessão como a mais elevada expressão da disposição de Seu povo em receber e submeter-se totalmente ao exercício de Seu poder. "Além disso, R.A. Torrey escreveu: "... tem havido reavivamento sem muita pregação, mas nunca houve avivamento sem oração poderosa". Necessitamos agora que Deus mova as nações da JANELA 10/40. Felizmente, é para esses momentos que Ele prometeu através do profeta Joel "derramar Seu Espírito sobre toda carne". Joel 2:28 Quando participamos em orar pelos países da Janela 10/40 podemos estar seguros de que Jesus estenderá Seu Reino através de nossa intercessão. Enquanto chegamos a Sua presença com corações limpos e cheios de fé sabemos que Ele prometeu: "Pede-me e te darei as nações por herança e os fins da terra por tua possessão". Sl.2:8. VOCÊ CONHECE AS 62 NAÇÕES DA JANELA 10/40? Conheça um pouco sobre as nações da Janela 10/40. Incentivamos você a participar de maneira mais direta no alcance destas nações...através da intercessão, ou até mesmo indo. A nossa oração é que ao ler essas informações, Deus esteja falando ao seu coração e te chamando para um compromisso verdadeiro e profundo para orar pelos povos menos evangelizados do mundo. AS 62 NAÇÕES: - ÍNDIA Evangélicos 1% - MAURITÂNIA Evangélicos 0 % - SUDÃO Evangélicos 3% - AFEGANISTÃO Evangélicos 0,02% - JAPÃO Evangélicos 3% - GUINÉ-BISSAU Evangélicos 1,2% - KUWEIT Evangélicos 0,5 % - BANGLADESH Evangélicos 0,2 % - BUTÃO Evangélicos 0,03 % - ARÁBIA SAUDITA Evangélicos 0,007% - GUINÉ Evangélicos 0,75 % - TAILÂNDIA Evangélicos 0,3 % - NIGER Evangélicos 0,1 % - KIRGHIZISTÃO Evangélicos 0,003 % - IRÃ Evangélicos 0,05 % - BUKINA-FASO Evangélicos 3 % - MALI Evangélicos 0,9 % - AZERBAIDJÃO Evangélicos 0,003 % - BENIM Evangélicos 2 % - INDONÉSIA Evangélicos 6 % - LAOS Evangélicos 1,9 % - SAARA OCIDENTAL Evangélicos 0% - EGITO Evangélicos 0,8 % - UZBKISTÃO Evangélicos 0,001 % - NEPAL Evangélicos 0,5 % - EMIRADOS ARABES Evangélicos 0,7 % - ALBÂNIA Evangélicos 5 % - MARROCOS Evangélicos 0,01 % - IRAQUE Evangélicos 0,5 % - SRI LANCA Evangélicos 0,9 % - ISRAEL Evangélicos 0,35 % - TADJIKISTÃO Evangélicos 0,001 % - CHINA Evangélicos 4 % - DJIBUTI Evangélicos 0,03 % - LEMEN Evangélicos 0,01 % - VIETNÃ Evangélicos 0,6 % - FORMOSA Evangélicos 3 % - BAHREIN Evangélicos 1,5 % - BRUNEI Evangélicos 0,06 % - LÍBANO Evangélicos 4,3 % - CATAR Evangélicos 0,007 % - TURKOMENISTÃO Evangélicos 0,001 % - ETIOPIA Evangélicos 10 % - BISMÂNIA Evangélicos 4% - TIBET Evangélicos 0,02 % - ARGÉLIA Evangélicos 0,01 % -LÏBIA Evangélicos 0,1 % - MALÁSIA Evangélicos 2 % - OMÃN Evangélicos 0,1 % - CAZAQUISTÃO Evangélicos 0,004 % - TUNÍSIA Evangélicos 0,001 % - CAMBOJA Evangélicos 0,05 % - TURQUIA Evangélicos 0,03 % - COREIA DO NORTE Evangélicos 0,5 % - SOMÁLIA Evangélicos 0,01 % - PAQUISTÃO Evangélicos 0,5 % - NIGÉRIA Evangélicos 17 % - MALDIVAS Evangélicos 0,1 % - JORDÂNIA Evangélicos 0,4 % - SENEGAL Evangélicos 0,1 % - SIRIA Evangélicos 0,1 % - MONGÓLIA Evangélicos 0,1 %. |
O que é ser missionário? |
Ser missionário não é privilégio de determinadas pessoas, mas a essência de ser cristã: “Anunciar o evangelho é necessidade que se me impõe”. (I Coríntios 9:16). É um compromisso de toda a comunidade que vive e transmite a sua fé. “Nenhuma comunidade cristã é fiel à sua vocação se não é missionária”. Ser missionário não é só percorrer grandes distâncias, ir para outros continentes, mas é a difícil viagem de sair de si, ir ao encontro do outro, ir ao encontro do “diferente”, ir ao encontro do marginalizado – o preferido de Jesus. O evangelismo “com renovado ardor missionário” exige que a pregação do evangelho responda aos “novos anseios do povo”. Exige de mim, de você, de todos nós, uma abertura constante, pessoal e comunitária para responder aos desafios de hoje. É a missão de fidelidade ao “envio” de Jesus: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20:21). Sem entusiasmo e esta convicção, arriscaremos perder a alegria do anúncio da boa-nova libertadora. Como conseqüência deste assumir o compromisso missionário, nasce novo estilo de missões: não levar, mas descobrir. Não só dar, mas receber. Não conquistar, mas partilhar e buscar juntos. Não ser mestre, mas aprendiz da verdade. A missão nos permite criar novos laços, novas relações, um novo jeito de olhar a vida, um novo jeito de ser igreja. E aí vai o desafio: como eu posso ser missionário em minha casa, no trabalho e na comunidade em que vivo? Assumo o compromisso de cristão, vivendo e transmitindo a boa-nova da paz, da justiça, do amor, do perdão, da fraternidade, da acolhida? ...Ser missionário é fazer uma decisão radical de entrega total ao reino de Deus em prol da promoção humana. | ||
Como fazer Missões? | ||
VISÃO, AMOR PELOS PERDIDOS E DISPOSIÇÃO Para iniciar um trabalho missionário numa igreja, é necessário primeiramente que, aquelas pessoas interessadas em fazê-lo, se prontifiquem a compreender a vontade de Deus em relação ao assunto. Para isso, precisam ter a visão certa: a visão de Deus. Então podemos fazer algumas perguntas para entendermos melhor sobre essa necessidade. - O que você sente no coração quando ouve alguém falar sobre as necessidades do mundo? - Idéias novas e diferentes surgem em sua mente quando alguém lhe fala sobre missões? - Você ora constantemente pelos missionários que estão no campo? - Você tem influenciado outros para se envolverem com missões? - Quando alguém compartilha contigo a respeito do seu chamado, você o incentiva a continuar? - Você já mobilizou pessoas alguma vez a enviar uma oferta missionária para missões? - Você gosta de participar de conferências, congressos, acampamentos que abordam o tema missões? - Você envia periodicamente oferta para algum missionário no campo? Deu para sentir que as perguntas acima apontam uma ligação inquebrável das três áreas necessárias na vida da igreja, para alguém iniciar um departamento missionário. Essas áreas são, na verdade, a essência do compromisso missionário que todo cristão deve ter no seu dia a dia, elas são: VISÃO + AMOR PELOS PERDIDOS + DISPOSIÇÃO = M I S S Õ E S Mais de dois bilhões e setecentos milhões de seres humanos, número que representa cerca de dois terços da humanidade, ainda não foram evangelizados. Sentimo-nos envergonhados da nossa negligência para com tanta gente; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a Igreja. Há, no momento, todavia, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes para com o Senhor Jesus Cristo. Estamos convictos de que esta é a hora de as igrejas e outras instituições orarem fervorosamente pela salvação do povo não evangelizado e de lançarem novos programas visando a evangelização total do mundo. (CONGRESSO INTERNACIONAL DE EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL, Lausanne) "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura" Marcos 16:15 As Boas Novas do Evangelho foram deixadas na terra por Jesus, para toda a raça humana. Por isso, devemos ir por todo mundo, e não apenas para algumas regiões. O "Ide" é imperativo e não opcional. Este é o nosso chamado como corpo de Cristo, é a nossa responsabilidade: ir e pregar o evangelho. VISÃO - Olhar para o mundo sob a perspectiva bíblica. Saber que Jesus morreu por todos os homens. Conhecer as necessidades do homem e ter a verdadeira consciência sobre as responsabilidades conferidas a você para mudar tal situação. AMOR PELOS PERDIDOS - Uma paixão desenfreada por aqueles que se perdem no mundo. Preocupação autêntica com as pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho. Sofrimento e dor quando ouve alguma notícia sobre a situação caótica da raça humana. Sente a responsabilidade de mudar a situação. DISPOSIÇÃO - Levanta-se para fazer algo concreto em benefício das pessoas. Não mede esforços para trabalhar na casa de Deus. Está sempre alegre em saber que tudo aquilo que é feito para a obra de Deus é bom e satisfatório. Não importa o resultado imediato, o importante é que o nome do Senhor está sendo glorificado. Dispõe-se debaixo de uma vívida e empolgante responsabilidade para mudar a situação. Visão = Conhecer a responsabilidade. Amor pelos perdidos = Sentir a responsabilidade. Disposição = Agir sob a responsabilidade. Fazer missões é algo imperativo para o povo de Cristo. O "Ide" é uma ordem do próprio Senhor Jesus. | ||
Missão Transcultural – Porque enviar missionários? | ||
Certa vez, em uma conferência missionária, alguém fez a seguinte pergunta: “Porque enviar missionários para fora do Brasil se aqui existe tanto serviço para se fazer?” A resposta foi: “porque é Bíblico.” Vamos olhar um pouco o que a Bíblia diz sobre isto. Tem um texto chave para mostrar esta questão de tempo e prioridade para realizar-se missão. O contexto de Atos 1.8 é a ascensão de Jesus. As pessoas que estavam reunidas no Monte das Oliveiras perguntaram ao Mestre quando seria o tempo da restauração do reino de Israel. Em sua resposta Jesus diz aos discípulos que tem coisas que o Pai reservou para Ele e também amplia o horizonte dos discípulos. Ele também faz uma promessa: os discípulos receberiam poder, mas poder para ser testemunha d'Ele no mundo todo. A missão da igreja consiste em percorrer o mundo todo para pregar o evangelho a toda a criatura Mc 16.15. Neste texto Jesus especifica a missão global da igreja dizendo que ela deveria testemunhar “tanto em Jerusalém com em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra”. Esta expressão “tanto como”, que não aparece na tradução de algumas versões (gr.te kai), sugere simultaneidade de atividade; isto é; Jesus não estava criando uma opção para a Sua igreja, onde ela escolheria uma área geográfica para trabalhar. Ele também não estava dizendo que ela deveria começar por uma de cada vez. Ao contrário a idéia expressada aqui por Jesus é a seguinte: os seus discípulos devem atuar ao mesmo tempo em todos os lugares da terra. Encontramos muitas pessoas que não estão nem preocupados com a tarefa missionária nem mesmo em seu próprio país. Jesus ordena que temos que evangelizar perto e longe, ao mesmo tempo, sem enfatizar um e esquecer do outro. Jerusalém foi o berço dos primeiros acontecimentos do cristianismo. Boa parte do ministério de Jesus ocorreu em Jerusalém. Em Jerusalém Ele morreu, ressuscitou e ordenou a evangelização do mundo. Também em Jerusalém Jesus prometeu o Espírito Santo e nela, no dia de Pentecostes, a igreja neotestamentária foi inaugurada e habilitada para cumprir a grande comissão. Como transposição da idéia acima podemos identificar Jerusalém como a cidade em que moramos. A Judéia era a província que tinha Jerusalém como capital. Supomos que a nossa Judéia seja o estado onde estamos vivendo. Samaria era uma região mais afastada situada ao norte da Judéia. Poderíamos comparar Samaria ao nosso país? Os confins da terra significam naturalmente, que devemos ser testemunhas de Jesus para todos os povos. Atos 1.8 é mais que universalidade concebida de forma geográfica. É geografia sim mas também é etnia, povos e culturas. O texto nos faz lembrar as palavras de Deus a Abrão, onde Ele abençoaria todas as famílias da terra (Gn 12,3). Este versículo de Atos é uma espécie de índice do livro. Os capítulos 1-7 descrevem os acontecimentos em Jerusalém, o capitulo 8 menciona como os discípulos se espalham pela Judéia e Samaria (8.1) e relata a evangelização de uma cidade samaritana por meio de Felipe (8.5—24) e de muitas aldeias dos samaritanos por meio dos apóstolos Pedro e João (8.25); enquanto que a conversão de Saulo, capitulo 9, conduz a uma série de expedições missionárias e finalmente sua viagem para Roma relatadas no restante do livro. O evangelho estava alcançando os confins da terra. Parece uma tarefa enorme, e é, por isto precisamos aprender a trabalhar com parcerias, olhando o todo, percebendo onde encontramos lugares onde o evangelho não está sendo pregado e ir até lá, mesmo que através de parceiros. A Igreja de Jesus precisa começar a pensar sobre possibilidades de realizar missão transcultural (internacional). Como corpo de Cristo e comissionados por Ele, precisamos orar para que possamos tomar as decisões corretas e ouvir atentamente a voz de Deus. |
Missões Urbanas A responsabilidade da Igreja |
O contexto social Os grupos urbanos diferenciam-se pelas formas próprias de expressão, ou seja, por suas ideologias político-sociais, pelas músicas, vestimentas, linguagens, inclinações religiosas ou anti-religiosas. Para atendermos melhor o processo de evangelização dos grupos urbanos, se faz necessário entender conceitos como contra cultura e cultura de massa, como influenciaram e modificaram o estilo de vida das pessoas nas últimas décadas. Para entender o homem é necessário compreender a sua história. O homem é a conseqüência da evolução de fatos e sugestões que formaram seus pensamentos, costumes e culturas. Hoje encontramos nas grandes cidades diversos grupos étnico-linguísticos, alguns denominados "tribos urbanas", "alternativos", "movimento Underground" e é neste meio que encontramos pessoas feridas, amarguradas, presas a vícios, com seus sonhos roubados, identidades trocadas e na maioria das vezes vivendo neste contexto à maioria às vezes inconscientes. Percebemos que o cenário underground tem crescido cada vez mais... A responsabilidade social da Igreja “Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo; fique o caso convosco” Mt 27.24 O que cristãos têm a ver com os problemas dos centros urbanos? Por que devem os cristãos se envolver com o social? No final das contas, existem duas atitudes que eles podem adotar com relação ao mundo. Uma é a fuga, outra é o engajamento. “Fugir” significa voltar as costas ao mundo em rejeição, lavar as mãos das coisas do mundo, mesmo sabendo, como Pilatos , que nem assim desaparece a responsabilidade, e endurecer o coração aos agonizantes gritos de socorro. “Engajar-se”, por outro lado, significa voltar o rosto para o mundo em compaixão, sujar as mãos, sofrer e gastar-se a serviço deste e sentir no fundo do ser o comovente e incontido amor de Deus. Viver dentro da igreja em comunhão uns com os outros é mais conveniente do que servir em um ambiente externo apático ou mesmo hostil. Ao invés de tentarmos fugir à nossa responsabilidade social precisamos abrir os ouvidos e escutar a voz daquele que conclama seu povo em todo tempo a sair. Missão é a nossa resposta humana à divina comissão. É todo um estilo de vida cristão, que tanto inclui evangelismo quanto responsabilidade social, sob a convicção de que Cristo nos envia ao mundo assim como o Pai a ele o enviou. Por que devem os cristãos se envolver com a responsabilidade social? 1º. O Senhor é Deus tanto da justiça quanto da justificação “que faz justiça aos oprimidos; que dá pão aos famintos. O SENHOR solta os encarcerados; o SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama os justos; o SENHOR guarda os estrangeiros; ampara o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios”. Sl 146.79 2º. O Senhor nos envia como o Pai O enviou – Jo 20.21 “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” At 10.38 Se a missão cristã é para ser modelada pela missão de Cristo, ela certamente implicará — assim como Ele o fez — penetrarmos no mundo das pessoas. Isto significa entrar no mundo dos seus pensamentos, da sua tragédia e solidão, a fim de compartilhar Cristo com eles lá onde eles estão. Significa disposição para renunciar a conforto e à segurança de nossa própria formação cultural, a fim de nos doarmos em serviço a indivíduos de outra cultura, de cujas necessidades quem saber jamais tenhamos conhecimento ou experiência. 3º. Não se deve separar fé de amor Ao caminharmos pelas Escrituras, podemos ver em todos os apóstolos a mesma ênfase na necessidade de obras de amor. Tg 2.17,18 - fé sem obras é morta. 1 Jo 3.17 – aquele que tem recursos, deve repartir com quem não tem. Tt 2.14 – somos um povo zeloso de boas Ef 2.10 – Fomos criados para boas obras Gl 5.6 – a única coisa que tem valor é a fé que atua pelo amor Portanto, temos a surpreendente seqüência de fé, amor e serviço; a verdadeira fé se expressa pelo amor, o verdadeiro amor se revela através do serviço. Fé salvadora e amor salvador caminham lado a lado; onde quer que um deles falte faltará também o outro. Nenhum deles pode subsistir sozinho. Que faremos diante dos desafios das nossas metrópoles? Lavaremos nossas mãos como Pilatos, tentando nos isentar da responsabilidade frente a um mundo não apenas sem salvação, mas sem pão, sem roupas, sem casa, sem esperança? Busquemos o equilíbrio bíblico em nossas igrejas – ofereçamos ao mundo perdido o Pão vivo que desceu do céu – JESUS, sem, no entanto nos esquivarmos da ordem de Jesus a multidão faminta – “dai-lhes vos mesmos de comer” (Lc 9). |
Missões Urbanas O preparo |
INTRODUÇÃO Jesus Cristo mandou pregar o evangelho a toda a criatura, em todo o mundo. Nenhum lugar pode ficar excluído e nenhuma pessoa deve ser considerada não-evangelizável. No Brasil, como em muitos países, 80% das pessoas vivem nas cidades, ao contrário do que havia há poucas décadas, quando a maior parte vivia nas áreas rurais. Este é um grande desafio para as igrejas cristãs. As cidades têm grandes e graves problemas, próprios do crescimento urbano desordenado a que são submetidas, tais como concentração excessiva de pessoas, desigualdades sociais, problemas de habitação, favelas, falta de saneamento, de saúde, etc. No que tange à evangelização, as cidades oferecem facilidades e dificuldades, como veremos adiante. As igrejas precisam ter estratégias de trabalho para alcançar as cidades. Há diferenças, entre evangelizar numa Metrópole e num lugar interiorano. Neste estudo, apenas damos uma pequena contribuição à reflexão sobre o assunto. 1. FENÔMENO DAS CIDADES No inicio de tudo, os homens viviam em áreas agro-pastoris. Com o passar do tempo, a escassez de bens os obrigava a sair, em busca de outros locais para sobrevivência. Sempre houve uma tendência para os homens se concentrarem em tomo de um núcleo populacional. A famosa TORRE DE BABEL foi uma tentativa de concentração urbana, não aprovada por Deus. Este queria que os homens se multiplicassem, enchendo a Terra. Damy FERREIRA (P. 139) vê a evolução das cidades em várias etapas. A primeira, de 5.000 a.C. a 500 d.C, até à queda de Roma, quando se estabeleceram grandes cidades como Jericó, Biblos, Jerusalém, Babilônia, Nínive, Atenas, Esparta e Roma. Eram as chamadas "polis". A segunda, quando encontramos, na Renascença, já na Idade Moderna, as cidades de Roma, Florença, Constantinopla, Londres, Paris, Toledo, entre outras. Eram as chamadas "neópolis". A terceira, com a Revolução Industrial, por volta de 1750, quando apareceram cidades-pólos, como Nova lorque, Chicago, Londres, Berlim, Paris, Tóquio, Moscou, etc. São as "metrópoles", verdadeiras cidades-mães. A última etapa, já na época atual, surgiram as "megalópoles", com cidades-satélites e bairros ligados uns aos outros. Dentre elas, destacam-se São Paulo, Rio de janeiro, Tóquio, Londres, Nova lorque, etc. As cidades em geral são tratadas como de pequeno, médio e grande porte, dependendo da população, tamanho, influência, etc. 2. AS CIDADES NA BÍBLIA Há quem pregue que as cidades são de origem humana, sem a aprovação divina, alegando que a primeira cidade foi criada por um homicida, Caim. E que Deus planejou um jardim e não uma Cidade (Gn 4.17).Depois do Dilúvio, os homens procuraram fazer cidades. Nessa visito, diz-se que há um plano diabólico para as cidades. Elas, quanto maiores, são o refúgio ideal para criminosos, centros de prostituição, do crime, da violência. De fato, as aglomerações urbanas, nos moldes em que sido construídas, resultam em lugares perigosos, onde a qualidade de vida, em geral, torna-se difícil para o bem-estar espiritual e humano. Discordando da opinião dos que vêm a cidade como centros mais favoráveis ao diabo, Ferreira (P. 140) diz que Deus tem planos importantes para as grandes cidades. O Cristianismo surgiu numa grande cidade - Jerusalém - , espalhando-se por grandes centros, como Samaria, e Antioquia. Por outro lado, Deus mandou Abraão sair de Ur, uma grande cidade, e mandou começar a conquista de Canal por Jericó, de porte considerável para sua época. Linthicum, p. 27 diz que "a Cidade é campo de batalha entre Deus e satanás" e que Ele se preocupa com o bem-estar da Cidade (Jn 4.10) e que a atividade redentora de Deus centraliza-se em muito nas cidades (51 46.4-5; Zc 8.3; Mc 15.21.39), lembrando que a vinda do reino de Deus é descrita como a vinda de uma Cidade redimida - a Nova Jerusalém (Ap 21-22). Deus permitiu que Israel construísse cidades (Am 9.14); em Canaã, em meio as cidades tomadas, Deus determinou que houvesse "cidades de refúgio" (Nm 35.11). 3. JESUS E AS CIDADES No seu ministério terreno, Jesus desenvolveu a evangelização tanto na área rural como nas cidades. "Andava de cidade em cidade" (Lc 8.1); "Chegou á cidade, viu-a e chorou sobre ela" (Lc 19.41); "mandou pregar em qualquer cidade ou povoado" (Mt 10.11). Seguindo o exemplo de Jesus, a igreja atual precisa enfrentar o desafio da evangelização ou das missões urbanas. 4. DESAFIO DAS MISSÕES URBANAS As cidades, com sua complexidade social, cultural , econômica, emocional e espiritual, constituem-se campo propício para atuação da igreja ou do inferno; dos cristãos ou dos feiticeiros; dos homens de bem ou dos assassinos. A cidade em que vivemos é campo de batalha entre Deus e o diabo; a cidade pertencerá aos céus ou ao inferno; depende de quem agir com mais eficiência e eficácia, com as forças dos céus ou do inimigo. Segundo LINTHICUM (p. 23), os sistemas sociais, econômicos, políticos, educacionais. e outros, na Cidade, estio sob a influência dos demônios, das potestades das trevas. É preciso muito poder, muita oração, muito jejum e muita ação para que as estruturas das cidades sejam tomadas do poder do inimigo. O desafio é grande. Mas o que está conosco é maior do que ele. 4.1. PONTOS FAVORÁVEIS PARA AS MISSÕES URBANAS HESSELGRAVE (p. 71), diz que as cidades são pólos de influência sobre toda uma área a seu redor, sendo, por isso mais favoráveis para a implantação de igrejas, pelas seguintes razões: 1) Abertura as mudanças; 2) Concentração de recursos; 3) Potencial para contato relevante com as comunidades em redor. 4.2. PONTOS DESFAVORÁVEIS PARA AS MISSÕES URBANAS 1) Populações concentradas verticalmente em edifícios fechados. Os condomínios, hoje, são quase impenetráveis aos que desejam evangelizar pessoalmente. 2) Excesso de entretenimento. Antigamente, só havia um pequeno campo de futebol em cidades de médio porte. Hoje, há estádios grandes, que atraem muita gente; a televisão tirou as pessoas das ruas e as confinou dentro de suas casas. O evangelismo pessoal é muito dificultado nessas condições. O uso da televisão é muito caro para atingir as pessoas confinadas em suas casas. 3) A concentração de igrejas diferentes, além das seitas diversas, causam confusão junto à população. Cada uma evangelizando com mensagens diferentes e contraditórias Parece que há um "supermercado da fé". Há quem ofereça religião como mercadoria mais barata, em "promoção", com descontos (sem exigências, sem compromissos) e há os que "cobram" caro demais, com exigências radicais. 4) O elevado grau de materialismo e consumismo, do homem urbano faz com que o mesmo sinta-se auto-suficiente, sem a necessidade de Deus. 5) Os movimentos filosófico- religiosos, tipo Nova Era, apontam para uma vida isenta de responsabilidades para com o Deus pessoal, Senhor de todos. Como enfrentar essas dificuldades? 5. ESTRATÉGIAS PARA AS MISSÕES URBANAS 1) ORAÇÃO E JEJUM PELA CIDADE. O homem pecador se opõe a Deus (1 Co 2.14; Rm 8.7; Ef 2.1). O diabo força o homem a não buscar a Deus (Ef 2.2; 2 Co 4.4). Qualquer plano de evangelização por melhor que seja, com recursos, métodos, estratégias, fracassará, se não tiver o PODER DE DEUS. Este só vem pela busca, pela Oração. Deus age. Fp 1.29; Ef 2.8; Jo 6.44. Os demônios infestam as cidades. Só são expulsos pelo poder da oração (Sl 122; Jr 29.7; Lc 19.41). A oração é a base. 2) PREPARO DAS PESSOAS PARA A EVANGELIZAÇÃO DAS CIDADES. Esse preparo refere-se ao estudo da Palavra de Deus. É o preparo na Palavra (2 Tm 2.15). As seitas preparam bem seus adeptos. As igrejas precisam gastar tempo e recursos no preparo dos que evangelizam. 3) PLANEJAMENTO DA EVANGELIZAÇÃO. O sucesso da evangelização depende do Espírito Santo. Só Ele convence o pecador (Jo 16.8). Entretanto, no que depende de nós, precisamos fazer o que está ao nosso alcance, a nossa parte. a) Definir áreas a serem evangelizadas. (Bairro, quarteirão, ruas) b) Definir os grupos de evangelização c) Distribuir as áreas com os grupos (Rua tal com grupo tal; ou quarteirão tal com tal grupo, etc. d) Estabelecer metas ou alvos (nº de decisões, pessoas batizadas, etc..) e) Preparar os meios necessários: literatura, equipamentos, recursos financeiros, etc. f) Mobilizar todos os setores da igreja para a execução do que for planejado: jovens, adolescentes, adultos, com a LIDERANÇA À FRENTE. 6. MÉTODOS DE EVANGELISMO PARA AS MISSÕES URBANAS 6.1. EVANGELISMO PESSOAL. E o mais tradicional e muito eficiente, principalmente nos bairros mais pobres. Inclui pessoa a pessoa; casa em casa; evangelização em aeroportos, em bares e restaurantes; evangelização em estações rodo e ferroviárias; na entrada de estádios; em feiras-livres; em filas (INAMPS, bancos, ônibus, etc.); em hospitais, penitenciárias, em escolas (intervalos de aula); 6.2. EVANGELISMO EM GRUPO. Inclui evangelização de grupos de pessoas: grupos de alunos, de professores, de menores abandonados, de homossexuais, de prostitutas, e também os já conhecidos GRUPOS FAMILIARES, ou células de evangelização; reuniões especiais em restaurantes, chás, classes na Escola Dominical (foi criada para isso); evangelização com fitas cassete e de vídeo (reúne-se um grupo); 6.3. EVANGELISMO EM MASSA. Inclui cultos ao ar-livre, série de palestras ou conferências nas igrejas; cruzadas evangelísticas, campanhas. Só tem valor se houver uma preocupação séria com o DISCIPULADO. E melhor preparar , primeiro, as pessoas para fazer o discipulado antes de fazer a evangelização. 7. DISCIPULADO. É indispensável que, em cada igreja ou congregação, haja grupos ou setores de discipulado, que integrem o novo converso de maneira segura e acolhedora. Sem esse trabalho, toda a evangelização fica frustrada. Perdem-se mais de 90% das decisões em pouco tempo. 8. MEIOS PARA A EVANGELIZAÇÃO URBANA 1) Programas de rádio e de televisão; 2) Adesivos para veículos; 3) Revistas, e jornais para autoridades, consultórios médicos; 4) Apresentações de corais, bandas e conjuntos em público, em praças, em escolas, em bancos, em repartições; 5) Distribuição de Bíblias a autoridades; 6) Literatura (folhetos) bem selecionados; 7) Exposição de Bíblias e de literatura evangélica; 8) Artigos em jornais da cidade; 9) Telefone; 10) Cartas e cartões-postais; e muitos outros... |
A NATUREZA MISSIONÁRIA DA IGREJA
Introdução
A Igreja é o agente de Deus no mundo para cumprir a Sua vontade. Essa vontade se resume em sua missão. Quando se fala de Igreja, trata-se de todos os salvos que pertencem ao Corpo vivo de Cristo, os que pelo poder do Espírito Santo foram regenerados e incorporados nesse único Corpo de Cristo na terra (1 Co 12.12,13). Falar da natureza missionária da Igreja significa falar da responsabilidade que Deus passou para Seus escolhidos. Ficará evidente a natureza missionária desse povo sempre que ela fica orientada pela Palavra inspirada por Deus. Não é por raciocínio humano que se descobre essa natureza missionária. H. Kraemer escreveu em, The Christian Message in a NonChristian World, 1938, “A igreja...unicamente de todas as instituições no mundo é fundada numa comissão divina”.
I. A Natureza Missionária da Igreja tem sua Fonte, Modelo e continuação na Missão de Jesus Cristo.
Jesus Cristo Veio para Revelar Deus aos Cegos e Ignorantes
João fala claramente que a encarnação da Palavra eterna ocorreu para tornar Deus conhecido (Jo 1.18). A revelação do invisível Senhor soberano, Criador de todas as coisas, foi patente na pessoa e obra de Jesus de Nazaré. O Deus Unigênito trouxe a glória real do Deus único e a fez brilhar em Sua vida e palavras. João, um dos Seus seguidores, comentou: “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e verdade”(Jo 1.14).
Para Filipe que queria ver o Pai, Jesus respondeu, “Quem me vê, vê o Pai...você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhe digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai que vive em mim, está realizando a sua obra” (Jo 14. 9,10NVI).
Na Sua oração sacerdotal, Jesus declarou, “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer...revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus: tu os deste a mim, e eles têm obedecido à tua palavra”(Jo 17.4, 6).
Ver a Jesus, portanto, e aceitar Sua missão como a revelação genuína e única do Pai, significa receber vida eterna. Jesus recebeu autoridade sobre toda a humanidade para conceder vida eterna aos que o Pai lhe deu. Essa vida é explicada em termos de “conhecer o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem ele enviou” (Jo 17.3). Por isso, João escreveu seu evangelho, para que os leitores creiam que Jesus é o Cristo, o filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome”(Jo 20.31). Em o evangelho de João, crer, ver e conhecer são termos sinônimos no que diz respeito à vida espiritual. A cegueira imposta pelo “deus” deste mundo e ignorância espiritual são vencidos pelo relacionamento com Jesus Cristo marcado pela fé e amor.
Jesus Cristo Veio para Salvar os Perdidos
Os outros evangelistas descrevem a missão de Jesus Cristo em termos de salvação. O nome de Jesus, que o anjo mandou José dar ao filho de Maria logo depois de nascer, significa, Jahweh salva, “...por que ele salvará seu povo dos seus pecados”. Salvação quer dizer “livramento”, “libertação” ou “cura”, como podemos notar em Mc 5.28. Aí a mulher com a hemorragia pensava, “Se eu tão-somente tocar em seu manto, ficarei curada”. A palavra de Jesus para ela foi, “filha, tua fé te salvou” (ou “curou” v. 34). Lucas encerra sua narrativa sobre Zaqueu, chefe dos publicanos com a declaração abrangente: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (19.10; Mc 10.45). Claramente, Jesus teve a missão de salvar pecadores.
Jesus leu Isaías 61 na sinagoga de Nazaré, o que Lhe deu uma abertura para declarar Sua missão em termos de pregar boas novas aos pobres, proclamar liberdade aos presos, recuperar a vista aos cegos e libertar os oprimidos. Anunciava a chegada do ano da graça do Senhor (Lc 4. 18,19). A missão de Cristo, confirmada neste texto, mostra que salvação se direciona em favor dos necessitados e oprimidos.
Examine os ensinamentos, inclusive as parábolas. Jesus deixou bem claro que esta salvação não idealizava uma rebelião contra o Império Romano, visando liberdade política, mas uma mudança mais duradoura, mais profunda e espiritual. Seria nada menos do que perdão dos pecados e afastamento da ira divina. Houve uma ocasião em que Jesus curou um paralítico que quatro amigos trouxeram e baixaram, com sua maca, numa abertura no telhado. A este Jesus declarou, “Filho, os seus pecados estão perdoados” (Mc 2. 5). O Reino de Deus que Jesus encarnava em Sua própria pessoa incluía a cura para o corpo e perdão para a alma. Onde quer que Jesus andava, Ele demonstrava que o Reino que se manifestava em Sua pessoa transformava corpos, mas principalmente, almas.
Refutou a acusação de blasfêmia por parte dos doutores da lei afirmando que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados. Qual seria a base pela qual o justo representante de Deus poderia declarar o perdão dos pecados? Evidentemente, foi no fato que Jesus cumpria a missão do Servo Sofredor. Que outra maneira haveria para entender Marcos 10.45, : "...nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. O Servo, segundo a profecia de Isaías, revela que, “... embora o Senhor tenha feito a vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias” (Is 53. 16). Isaías profetizou tanto a morte expiatória de Jesus, o Servo, bem como Sua ressurreição. A transformação do corpo de Jesus na ressurreição e a aceitação do sacrifício pelos pecados dos que nEle confiam, revela novamente que a missão de Jesus foi de salvar.
A missão de Cristo também deu muita importância ao ensino dos Seus discípulos. A escola de Jesus tratou o caráter do discípulo no Sermão do Monte, a natureza e centralidade do Reino e da graça de Deus nas parábolas, a necessidade de arrependimento, negar-se a si mesmo, carregar a cruz e seguir a Jesus para alcançar a vida. O Mestre não Se omitiu de ensinar pela prática, enviando os discípulos na missão de anunciar a proximidade do Reino, expulsar demônios,curar os enfermos e viver pela fé. Outros temas ocasionais surgem tais como o divórcio, a humildade (quando lavou os pés dos discípulos), a vinda e missão do outro Paracletos que os guiaria à toda a verdade. A centralidade do ensinamento na missão de Jesus pode ser vista na exigência que acrescentou à grande comissão – ensinar futuros discípulos a obedecer tudo que Jesus ensinara aos seus discípulos.
A Fundação da Igreja
Mateus relata que Jesus entendeu que sua missão incluiria a construção do templo, não feito com mãos, nem com pedra e madeira, mas na ressurreição do Seu corpo no terceiro dia (Jo 2.19). Pessoas que confessam sua lealdade para com Sua pessoa seriam incorporados em Sua pessoa. Declarou para Pedro que Ele (e certamente os apóstolos e profetas) edificaria Sua Igreja sobre “esta pedra” (Mt 16. 18) e que “as portas de Hades (a morte) não poderão vencê-la”, isto é, que Jesus venceria a morte! Não seria justamente essa “igreja” que Isaías previu ao falar da ressurreição do Servo e sobre a prole que ele verá ( 53.10)?
A pedra deveria ser a confissão de Pedro que declararia quem é Jesus, o Messias prometido nas Escrituras, o filho encarnado de Deus por meio de quem a salvação viria, e conseqüentemente, participação no Seu povo. As chaves do Reino que Jesus deu para Pedro, passaram para ele a autoridade de ligar e desligar o que já estava ligado ou desligado no céu, isto é, para anunciar as boas novas do Reino em lugar de Jesus, tal como alguém recebe as chaves para ocupar a casa do dono. Jesus tinha prometido quando chamou Seus primeiros discípulos que Ele os faria pescadores de homens (Mt 4.18,19). Estes homens seriam a matéria prima na construção da igreja que Jesus prometeu erguer.
A Igreja pertence a Cristo, uma verdade confirmada pela frase “minha igreja”, que, sendo descrito por Jesus no número singular, prova claramente que ela é uma e não muitas. Denominações evangélicas não são várias “igrejas” mas divisões e manifestações da igreja única.
Ele usaria homens falhos e fracos como Pedro para serem os construtores. Paulo também escreveu que Deus tinha lhe dado a graça de ser um “sábio construtor” ( gr. arquitecton). Lançou o fundamento que não era outro senão Cristo, por isso, todos devem ter maior cuidado como constroem. Em Efésios 2.20 Paulo acrescenta que a Igreja, formada dos santos, membros da família de Deus, “são edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular”. Não deve haver dúvida alguma que a Igreja tem Jesus Cristo como o alicerce e os apóstolos formam a primeira fileira de pedras que deram para a Igreja a base que a segura nos ensinamentos e escritos deles. Sem os escritos dos apóstolos e profetas não teríamos o Novo Testamento. E sem as Escrituras inspiradas, que chance haveria de manter a certeza sobre o caminho da salvação e a missão de Jesus na terra hoje? Que missão teria a Igreja sem as Escrituras da Nova Aliança?
Acerca do templo de Herodes, uma das sete maravilhas do mundo antigo, Jesus disse, “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”. Mas o templo de que Ele falava não foi composto de pedras físicas, mas pedras vivas, já que esta Casa do Pai seria levantada sem mãos. Pedro entendeu que, chegando a Jesus, a “pedra viva”, as “pedras vivas”, isto é crentes, seriam edificados numa casa espiritual (1 Pe 2.4,5). A missão de Jesus foi de fornecer, através de Sua morte expiatória e ressurreição, as condições pelas quais a “casa” de Deus seria erguida. A antiga promessa que Deus habitaria no meio do Seu povo se cumpriria na medida que os membros cumprem seu papel.
Pedro cita outros títulos, vindos do Antigo Testamento, para descrever a igreja e sua missão: “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”(1 Pe 2.9). A formação desta nova geração e povo santo, distinta de Israel segundo a carne, tem a missão de proclamar as virtudes ou grandezas daquEle que nos tirou das trevas e nos iluminou com a luz celestial. Assim a igreja se construirá, tornando-se uma casa de Deus, bela e completa.
Jesus não somente descreve a Sua igreja como o templo que precisava ser construído por Ele, mas também refere a um rebanho que ainda faltava ovelhas suas. Em Suas próprias palavras, Ele disse, “...dou a minha vida pelas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”(Jo 10. 15,16NVI). O Senhor Se referia aos gentios quando falou das ovelhas ainda não arrebanhadas no aprisco. As nações, uma vez alcançadas pela graça salvadora, estariam sendo incluídas dentro do único povo de Deus. Com a vinda do Espírito Santo com poder, os discípulos testemunharão não somente em Jerusalém, Judéia e Samaria, mas também até os confins da terra. Estarão cumprindo a promessa feita por Deus a Abraão quando declarou que por meio dele, isto é, pela descendência dele, todas as “famílias da terra” seriam abençoadas (Gn 12.3). Paulo escreveu que a chegada da plenitude dos gentios é crucial para o programa escatológico que inclui a salvação de todo Israel (Rm 11.25,26).
Pedro entendeu a nova realidade da missão da igreja quando cita Amós no Concílio de Jerusalém, “Depois disso voltarei e reconstruirei a tenda caída de Davi. Reedificarei as suas ruínas, e a restaurarei, para que o restante dos homens busque o Senhor, e todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor que faz estas conhecidas desde os tempos antigos”(Atos 15.16-18 ; Amós 9.11,12). Evidentemente, Tiago falava da Igreja de Jesus Cristo, não mais restrito aos descendentes físicos de Abraão e Davi, mas aos descendentes gentios da fé. A Igreja universal composto dos que foram comprados pelo precioso sangue de Cristo, formarão o povo real de Deus.
Que a Igreja de Jesus incluiria gentios ficou claro quando Jesus disse, “Muitos virão do oriente e do ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes” (Mt 8. 10). O pensamento corrente dos judeus da época foi que qualquer judeu circuncidado seria salvo pelo fato que era filho de Abraão e portador do sinal irreversível da Aliança. O Senhor contradisse essa opinião afirmando que os gentios que crerão nele entrarão antes dos próprios filhos de Abraão.
As parábolas de Jesus devem ser entendidas nesta visão da Igreja que tem um começo tão insignificante que pode-se comparar com um grão de mostarda que “embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce, torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore”(Mt 13.32). Jesus previu que sua Igreja se tornaria grande. Jesus tinha em mente a mesma realidade quando falou do “fermento que uma mulher tomou e misturou com uma grande quantidade de farinha e toda a massa ficou fermentada” (Mt 13.32). Novamente, o Senhor previu que o cristianismo espalhado pela divulgação da mensagem acerca de Sua pessoa e obra alcançaria grandes proporções. Chegaria até os confins da terra. A natureza da igreja fica patente em seu desenvolvimento natural.
Não é somente o crescimento da Igreja que Jesus predisse, mas também a reação negativa dos que rejeitam a mensagem salvadora de Jesus. Como a missão de Jesus não podia voltar para trás diante da oposição satânica, chegando ao ponto de levá-lO até a cruz, não se pode esperar que o mundo aceitaria a pregação do Evangelho com braços abertos. “Se o mundo os odeia”, disse Jesus, “tenham em mente que antes me odiou...Se me perseguiram, também perseguirão vocês” (Jo 15.18,20). A missão de Jesus se realizará num mundo de tal modo enganado que acharão que cultuam a Deus matando quem confessar que é seguidor de Jesus (Jo 16.2), tal como crucificaram o próprio Senhor da glória.
A missão de Jesus o levaria até a cruz onde ofereceria Sua vida em resgate de muitos. Foi na cruz que Cristo cumpriu a razão da encarnação. Foi o cerne e auge da Sua missão. O autor de Hebreus colocou esta verdade assim, “Por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados” (10.14). Paulo afirma que “Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Ef 5.2). “Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando sua justiça” ( Rm 3. 25). A vindicação dessa morte sacrificial ocorreu na ressurreição de Jesus na primeira Páscoa, uma vez que “Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação” (Rm 4.25). Com Sua ressurreição e exaltação à destra do Pai, a missão de Cristo passou aos discípulos.
Nos encontros com os discípulos após a ressurreição, Jesus declarou que o Pai tinha Lhe dado toda autoridade no céu e na terra (Mt 28.16). Utilizando esta autoridade suprema, Jesus mandou os discípulos fazer discípulos de todas as nações, batizando-os no nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Teriam também a responsabilidade de ensinar esses novos convertidos das nações a guardar todas as coisas que Jesus tinha ordenado ao seus discípulos. Não poderia ter sido mais claro; a missão do Senhor continuaria na tarefa missionária que deveria alcançar todas as etnias do mundo.
II. A Natureza Missionária da Igreja
Deve ter ficado claro que a missão da Igreja é intimamente ligada à missão de Jesus. Tanto no seu objetivo como em seu desenvolvimento, este relacionamento continua sendo fundamental.
Duas vezes Jesus declarou “Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo” (Jo 17.18. Note as palavras dirigidas aos discípulos, “Assim como o Pai me enviou, eu os envio” 20.21). O paralelo entre a missão de Jesus e a dos apóstolos não foi absoluta. A singularidade de Jesus se mantém sempre. Os discípulos não são enviados para ser sacrifícios vicários, ainda que a hostilidade do mundo que Jesus enfrentou levariam quase todos eles ao martírio. Por isso, Paulo, o último dos apóstolos, escreveu para a igreja de Colossos, “Me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja”(1.24). Seguramente, Paulo falava do preço pago para adentrar em áreas controladas por Satanás que lutava ferozmente para não permitir que os seus súditos sejam capturados e levados para Reino de Jesus Cristo.
A Grande Comissão – Mateus 28.18-20
Como Jesus fez discípulos sob a autoridade absoluta do Pai, foi o Pai que os deu para Jesus. “Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus, tu os deste a mim, e eles têm obedecido a tua palavra” (Jo 17. 6). Jesus manda os Seus seguidores fazer discípulos das nações sob a autoridade dEle. Orando, Jesus disse, “Lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, para que conceda vida eterna a todos os que lhe deste”(Jo 17.2). Por meio do batismo, os novos discípulos morreriam simbolicamente para o mundo, para ingressar no povo escatológico de Deus, se identificando com Jesus Cristo em Sua morte e ressurreição. Assim se tornariam cidadãos do céu e forasteiros na terra. Como Jesus não tinha onde repousar a cabeça, os discípulos devem entender que aqui eles não têm lugar permanente. Sofreriam como os hebreus, que, “depois de iluminados...suportaram muita luta e muito sofrimento...expostos a insultos e tribulações. ...Aceitaram alegremente o confisco dos seus próprios bens, pois sabiam que possuíam bens superiores permanentes” (Hb 10.32-34).
A comissão de Jesus acrescentou a responsabilidade básica de repassar aos novos seguidores de Jesus os ensinamentos do Mestre. Obediência à lei de Cristo supera a responsabilidade de guardar a lei de Moisés. A promessa do acompanhamento de Jesus enquanto a igreja espera a Segunda Vinda, se cumpriu na vinda do Espírito Santo com poder. Foi o mesmo Espírito que os guiaria à toda a verdade; que não falaria de Si mesmo mas apenas o que ouvir, e Lhes anunciaria o que está por vir. Glorificaria a Jesus porque receberia dEle o que é dEle e O tornará conhecido a eles (Jo 16. 13,14). Dessa forma a comissão de Jesus se tornaria praticável.
O Dia de Pentecoste foi uma demonstração da natureza missionária da Igreja. Após a vinda do Espírito com poder, representantes de “todas as nações do mundo” (At 2.5) ouviram os “galileus” cristãos falando em suas línguas maternas. Seguramente, o que ouviram foram as maravilhas de Deus, especialmente a sobre a ressurreição e exaltação de Jesus Cristo.
A mensagem de Pedro foi uma poderosa declaração do Evangelho. O conteúdo do kerugma pré-paulino se resumia em três pontos chaves, de acordo com os estudiosos.
1) Uma proclamação da morte, ressurreição e exaltação de Jesus, vistas como o cumprimento da profecia, envolvendo a responsabilidade humana;
2) Em conseqüência disso, a consideração de Jesus como Senhor e também como o Cristo;
3) Uma convocação ao arrependimento e ao recebimento de perdão dos pecados. (J.R.W. Stott, O Perfil do Pregador, S. Paulo: Ed. Vida Nova, 2005, p. 36).
Os corações dos ouvintes foram cortados com a culpa do crime da crucificação de Jesus Cristo e na mesma hora 3000 pessoas receberam a oferta de perdão por intermédio dessa morte expiatória.
Os que aceitaram a mensagem foram batizados. “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (At 2.42) cumprindo a palavra de Jesus que Ele edificaria Sua igreja. A dedicação ao ensino dos apóstolos iniciou o processo do discipulado que Jesus tinha ordenado. A koinonia, a celebração da Ceia do Senhor e as orações criaram um compromisso com o Senhor e com Seus irmãos e a formação do Seu Corpo. Por meio das reuniões dos irmãos com a instrução dos apóstolos, houve integração dos novos convertidos. Daí saíram de Jerusalém os irmãos que fundaram a igreja de Roma. Tão eficaz foi a “missão entre os judeus em Roma” que uma igreja forte foi plantada. Como sementes que se espalham, a Igreja tende a se enraizar onde seguidores de Jesus Cristo se encontram.
A natureza missionária da Igreja se manifestou em Jerusalém com os fiéis anunciando “corajosamente a palavra de Deus” (4.31). O resultado foi o crescimento diário da igreja (At 2.47, 5.14). Não há notícia de campanhas especiais de evangelização. Como aconteceu mais tarde por meio dos que foram dispersos da cidade após o martírio de Estevão, eles “pregavam a palavra por onde quer que fossem” (At 8.4). Assim a igreja se estendeu para Samaria com a pregação de Filipe. A semente se espalhou mais longe por meio do Eunuco de Etiópia que foi batizado por Filipe após o anúncio do Evangelho. Saulo de Tarso sentiu-se obrigado a tentar conter a expansão da igreja na Síria, viajando até Damasco com a intenção expressa de prender os crentes dessa cidade. Seu objetivo foi frustrado pela revelação do Cristo ressurreto que o convenceu que estava vivo. A conversão de Saulo foi marco na história da igreja.
Cornélio, centurião do exército romano, também se converteu em Cesárea com a pregação de Pedro, abrindo as portas da Igreja para o mundo gentílico. Na altura que Cornélio se torna membro da igreja, em Roma, o Evangelho fora semeado e desenvolvia até o ponto de Cláudio ordenar a saída de todos os judeus da capital em 44 d.C. (At 18.2). Suetônio informa que esse decreto do imperador foi provocado por distúrbios constantes impulsionados por Chrestos, sem dúvida uma referência a “Cristo”. Os distúrbios que surgiram nas sinagogas de Roma em torno das reivindicações acerca da singularidade de Jesus ser o Messias apenas 18 anos após a crucificação de Jesus, comprova o caráter missionário da igreja.
O Espírito Santo continuou administrando o avanço do Evangelho até os que foram dispersos por causa da perseguição desencadeada com a morte de Estevão anunciaram o Evangelho aos judeus de Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Outros, cipriotas e cireneus, pregaram também aos gregos. Muitos creram e se converteram ao Senhor (At 11. 20,21). Pode ser que a notícia da conversão de Cornélio, deu a estes corajosos evangelistas certa segurança ao quebrar a convicção judaica que estender o convite da salvação além das fronteiras do Povo Eleito seria errado.
Lucas interpretou este crescimento da Igreja entre os gentios como sinal da “mão do Senhor estar com eles” (At 11.21). Não foi crescimento natural, um movimento humano de abandono da velha religião que não satisfazia, para um pensamento novo, empolgante. Foi assim que o Budismo se espalhou antes de Cristo e o Islamismo cresceu séculos depois pelo poder da espada. Não, foi o poder de Deus que agia nos “leigos” sem treinamento ou estratégia planejada. Tão eficaz foi a evangelização no norte da Síria que Barnabé veio de Jerusalém para ajudar no pastoreio dos novos crentes em Antioquia, na maioria gentios. Barnabé lembrou-se de Saulo em Tarso para onde foi para buscá-lo. Assim a igreja de Antioquia se tornou um trampolim para uma nova etapa no avanço da missão da Igreja.
A Primeira Equipe Missionária
A estratégia do Espírito Santo foi escolher os melhores obreiros da equipe pastoral de Antioquia. A seleção não foi feito pelos próprios candidatos, mas pelo Espírito Santo e endossada pela igreja. A oração e imposição das mãos deve ter sido um meio forte de encorajar os missionários.
O primeiro campo que escolheram foi a ilha de Chipre, terra de Barnabé. Não demoraram para evangelizar as cidades mais importantes da ilha (At 13.6). A bênção evidente sobre o ministério foi alcançar o governador, Sérgio Paulo. Paulo desarmou uma cilada do Diabo ao desmascarar o mágico, Elimas, que tentou afastar o governador da fé. Ficou patente que os poderes políticos e satânicos não tinham condições de impedir o avanço do Evangelho no meio dos gentios.
A estratégia normalmente empregada pelos missionários foi de evangelizar primeiramente as sinagogas dos judeus. Era mais fácil apresentar a mensagem para os que já tinha conhecimento das Escrituras e mantinha a esperança da vinda do Messias. Ainda que a massa dos judeus se mostraram empedernidos, alguns se convertiam, juntamente com os “tementes de Deus”, gentios que freqüentavam a sinagoga, mas não se tornaram prosélitos integralmente.
Organizaram igrejas logo que foram expulsos das sinagogas para manter a estrutura sob a liderança de presbíteros ou “anciãos” (At 14.23; 20.32). Paulo continuou como o apóstolo encarregado de manter as igrejas locais firmes na fé. Visitou as igrejas e mandou cartas pastorais para elas, de maneira que ainda que eram igrejas independentes, Paulo manteve supervisão sobre elas enquanto tinha condições para influenciá-las. Teve certo controle sobre algumas igrejas enviando representantes como Timóteo e Tito que tinham o direito de escolher líderes para as igrejas em alguns casos.
Muito esforço e tempo foram gastos no ensino. Um dos dons mais importantes que Cristo deu para Sua igreja foi o dom de ensino (Ef 4.11). A gramática do grego original, “pastores e mestres”, claramente indica que o pastor se identifica como mestre. Veja também 1 Tm 3.2, “apto para ensinar”. Paulo aproveitou a escola de Tirano em Éfeso para ensinar os fundamentos da fé durante várias horas por dia segundo o codex Bezae. “Jamais”, disse Paulo, “deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20.27).
Paulo dependia naturalmente da natureza missionária da igreja quando fundava igrejas nos centros políticos e comercias esperando que essas igrejas evangelizassem toda a região. Isso aconteceu em Éfeso (At 19. 10) e explica como Paulo podia dizer que se esforçava para pregar o Evangelho, “não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” e dizer, “agora, não tenho já campo de atividade nestas regiões” por que tinha divulgado o Evangelho desde Jerusalém e vizinhança até ao Ilírico (Iugoslávia moderna) (Rm 15. 20-23). A evangelização ocorreu em lugares públicos (At 20.20) além utilizar da estratégia eficaz de testemunho pessoal.
As igrejas dos primeiros dois ou três séculos não tinham liberdade e nem recursos para construir “templos”, portanto se reuniram em casas e nos campos. Foi providencial esta prática, uma vez que o avanço da igreja não foi impedido por falta de fundos financeiros. Além desta realidade, nota-se que as igrejas que se formam em casas particulares são muito mais difíceis de extinguir ou combater. Países que reprimem o avanço do Evangelho, como a China e Vietnam demonstram esta verdade. A grande maioria dos cristãos se reúnem em igrejas caseiras.
Paulo favorecia o pagamento de ordenados aos evangelistas e líderes das igrejas se eles eram itinerantes e se esforçavam no ensino (1Tm 5.17; 1 Co 9.3-18). Ainda que não temos notícia deles levantarem dízimos dos membros da igreja, as cartas mencionam ofertas dadas a Paulo (Filipenses 4) e ofertas designadas para aliviar a pobreza dos irmãos em Jerusalém (2 Co 8,9).
Conclusão
O avanço missionário, isto é, o modo em que a igreja de Jesus Cristo se espalha pelo mundo tem sua razão de ser na própria natureza da igreja. Se Jesus prometeu que edificaria Sua igreja, se os verdadeiros cristãos têm um impulso do amor constrangedor de Deus no coração, se o mais valioso tesouro no mundo é a paz com Deus, não há motivos para estranhar o crescimento da Igreja ao redor do mundo.
Por outro lado, havendo regiões onde as igrejas diminuem e fecham suas portas, temos razão para questionar se a natureza da Igreja seja de fato missionária. Em qualquer parte do mundo em que o enfraquecimento da Igreja seja uma realidade, como no Norte da África e no Médio Oriente sob o domínio dos muçulmanos, ou no primeiro mundo hoje, nós nos confrontamos com a anomalia de igrejas tão extintas como os dinossauros.
Jesus predisse não somente a extraordinária expansão da Igreja, mas também o seu declínio. “Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé na terra?” (Lc 18.8), mostra esta verdade. Devido ao aumento da maldade “o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12) também indica que o futuro da Igreja não será necessariamente tão empolgante como em outros períodos da história, mesmo calculando que na média se convertem em torno de 70.000 pessoas cada dia.
O que podemos afirmar com certeza é que Deus conhece a todos que Lhe pertencem. A plenitude dos gentios será arrebanhada na Igreja, bem como “todo Israel” (Rm 11.25). “O evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim”, declarou Jesus. Nenhum dos que foram comprados de todas as tribos, línguas, raças, nações e povos faltarão quando o arcanjo tocar a última trombeta. A figura dos 144.000 no Livro do Apocalipse aponta para esta verdade. Cabe a todos que reconhecem o senhorio de Jesus Cristo apressar a volta dEle (2 Pe 3.12), cumprindo a missão que deu aos discípulos, acompanhada por Ele até o “fim do século”.
A NATUREZA MISSIONÁRIA DA IGREJA
Texto bíblico. Atos 1.8 “Mas receberei a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, com em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”
A. A NATUREZA MISSIONÁRIA DA IGREJA
A Igreja do Senhor é uma entidade evangelística, educativa e assistencial. Esta tríplice responsabilidade da Igreja vem da sua natureza, da sua vocação e, do seu mandato.
A natureza da Igreja é sacerdotal, mediadora (1 Pedro 2.5 “Vós também, como pedras vivas, sos edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.”).
A vocação da Igreja é celestial (Hebreus 3.1 “pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão.”).
O mandato da Igreja vem diretamente do seu Dono – o Senhor Jesus. (Marcos 16.15 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.”). Nos versículos 19 e 20 desta mesma passagem, o termo Senhor é Kurios, expressando a supremacia e poderio de nosso Senhor Jesus Cristo.
B. AS TAREFAS BÁSICAS INTERNAS DA IGREJA
Por sua vez, as tarefas básicas internas da Igreja, também evidenciam a sua natureza missionária. Essas principais tarefas são:
- Cultuar a Deus; adorar a Deus “em espírito e em verdade” (João 4.24).
- Proclamar o evangelho de poder em todo tempo, por todos os meios e, em todos os lugares, a partir do templo (Atos 5.23 “E todos os dias, no templo e nas casas, são cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.”).
- Educar na fé os novos convertidos; isto é, doutrinar, ensinar, orientar, treinar, modelar vidas para Deus, segundo o padrão revelado em Jesus Cristo (Mateus 28.19,20; Ef 4.15).
- Ministrar aos carentes e necessitados; servir, socorrer; ajudar, cuidar; assistir, como parte do evangelho, como Jesus fez.
C. VISLUMBRES DA NATUREZA MISSIONÁRIA DA
IGREJA NO ANTIGO TESTAMENTO
Em Deus mesmo, e nas pessoas que Ele usou no Antigo Testamento, temos esses vislumbres ou lampejos da natureza missionária da Igreja.
- Deus diretamente agindo em favor de Adão e Eva, ainda no Éden, quando transgrediram os preceitos do Senhor (Gênesis 3.9 “E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?”). Deus sabia onde estavam os culpados, mas competia a Adão confessar a Deus as suas transgressões e conhecer da parte do Criador, as conseqüências do seu pecado deliberado.
No cap. 3 de Gênesis, que trata da tragédia da queda do homem, o nome de Deus aparece nove vezes, sempre de forma composta: Jeová-Elohim, que denota Deus habitando com o seu povo; guiando-o e manifestando a sua graça para com os indignos; o Deus que condescende em estabelecer pacto com os homens. Neste cap. 3 de Gênesis, vemos que a Adão já caído em transgressão, Deus se revela, chamando-o e tratando diretamente com ele.
- Abraão, o progenitor da nação messiânica. A mandado do Senhor, ele saiu de Ur dos caldeus para Canaã, como enviado de Deus. Ali Deus renovou a sua promessa messiânica de salvar o mundo, “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3; 22.18). Essa promessa missionária cumpriu-se plenamente em Cristo, o Salvador da humanidade (Gálatas 3.8; Atos 3.25,26). Jesus referiu-se ao papel missionário de Abraão, cumprido em plenitude em Cristo, conforme ele declarou: “Abraão exultou por ver o meu dia, e viu-o e alegrou-se” (João 8.56).
- Moisés. Na lei mosaica é bem detalhada a variedade de assistência que se deve dar aos estrangeiros, e por quê (Deuteronômio 24.14-22; Levítico 18.33,34).
- Israel, a nação sacerdotal por Deus escolhida dentre as demais nações. Êxodo 19.6 “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo”. Isto é, Israel deveria levar as nações a Deus e também demonstrar no seu viver a vontade de Deus, como testemunho dEle.
- Davi e o seu papel missionário. Sua bisavó, Rute era estrangeira, moabita. A tropa de elite de Davi, os seus “valentes”; eram quase todos estrangeiros. A sua capital durante o seu exílio por causa de Saul, era uma cidade estrangeira: Ziclague, no país dos filisteus. Diversos Salmos são de conteúdo missionário, como o de número 67.
- O profeta Jonas. É o grande missionário enviado por Deus a um país pagão – a Nínive, a grande capital da Assíria, que era então potência mundial (Jonas 1.2; 3.1-10).
- O profeta Daniel. Foi um autêntico missionário do Senhor no palácio real e na província de Babilônia. Ele deu bom testemunho do Senhor em meio à pecaminosidade e idolatria, como se vê em todo o seu livro. Só Deus sabe a bênção que foi para o povo judeu e para o país babilônico, a vida e o trabalho de Daniel, a serviço de Deus, naquele palácio real estrangeiro.
- João Batista e sua visão e fervor missionário. Este João foi o arauto suscitado por Deus que precedeu o aparecimento em público do Senhor Jesus Cristo. Sua poderosa mensagem ecoava: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Isto é, do mundo inteiro; todas as raças, todas as nações, toda criatura.
- O Senhor Jesus e o seu apelo missionário. Na sua genealogia há menção de quatro mulheres depreciadas pelo povo: Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba. Jesus pregou em Tiro e Sidon, cidades estrangeiras, e igualmente em Decapólis, cidades de população mista. Seu ministério, Ele concentrou-o na Galiléia, uma região de população antagônica aos judeus e de religião mista. Este era também o caso de Samaria. Até na cruz, no último momento de sua paixão, um estrangeiro africano, ordenado pelos soldados, carregou parcialmente a sua cruz – Simão o cirineu.
Após ressuscitar, as palavras de Jesus aos seus discípulos sobre a evangelização e missão foram:
“Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (João 20.21).
“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).
“Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19).
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8).
- Paulo, o campeão missionário do Novo Testamento. Através do Novo Testamento, na época da Igreja, Paulo foi o campeão exemplar na obra missionária, plantando igrejas na Ásia Menor, e na Europa, indo até Roma (Romanos 1.14,15; 15.19). Paulo é o missionário-modelo. Seu zelo e paixão missionária: 1 Coríntios 9.22; Filipenses 3.13; Romanos 9.3; Atos 20.24.
D. AS PROVIDÊNCIAS DIVINAS PARA A
EVANGELIZAÇÃO DA HUMANIDADE
Uma vez que, da parte de Deus, é atribuição, responsabilidade e privilégio da Igreja a evangelização do mundo, é mister e oportuno considerarmos aqui as providências divinas para a evangelização do mundo e salvação da humanidade.
Como veremos a seguir, das providências divinas para a salvação da humanidade, a única que continua inacabada é a da evangelização do mundo, a cargo da Igreja.
Vejamos essas providências divinas, fruto do amor, da graça de Deus.
1ª providência. A providência da revelação divina: As Sagradas Escrituras; a Bíblia. Esta provisão, de há muito está completa, da parte de Deus.
2ª providência. A providência de Deus suscitar um povo natural neste mundo: Israel, e por meio desse povo trazer ao mundo o Salvador Jesus Cristo. Esta providência Deus já cumpriu, apesar das fraquezas e fracassos daquele povo. Desta providência divina, veio ao mundo o Messias Salvador, o Filho de Deus.
O próprio Jesus declarou: “Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido.”
3ª providência. A providência do divino Consolador: O Espírito Santo. Ele veio para dotar e capacitar a Igreja com poder celestial para evangelizar o mundo, conforme Atos 1.8. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
4ª providência. A providência de Deus suscitar para Si “um povo seu, especial, zeloso de boas obras”: a Igreja.
A evangelização de todos os povos do mundo está a cargo da Igreja de Deus, mas essa sua missão continua inacabada. Ler Tito 2.14; 1 Pedro 2.9,10).
E. CONCLUSÃO SOBRE A NATUREZA
MISSIONÁRIA DA IGREJA
- Que é um missionário? O termo missionário deriva da latim “mitto” = eu envio. Em suma, é um enviado de Deus às nações, através da Igreja.
- O brado missionário. “Quem irá por nós?” – pergunta Deus (Isaías 6.8).
- O livro missionário da Igreja. É o livro de Atos dos Apóstolos. Nesse livro não há conclusão; epílogo. Já tinhas visto isso? (Atos 28.31).
- Temas missionários
“Livra os que estão destinados à morte” (Provérbios 24.11).
“Mas o sangue, da tua mão requererei” (Ezequiel 3.18).
“Levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa (João 4.35).
“Passa à Macedônia e ajuda-nos” (Atos 16.9).
“Que pregues a Palavra, a tempo e fora de tempo” (2 Timóteo 4.2).
“Salvai alguns, arrebatando-os do fogo” (Judas, v. 27).
Jesus, o supremo exemplo missionário. Ele morreu entre dois pecadores. Seus dois braços abertos sobre a cruz proclamam e convidam à união, os dois grandes povos: judeus e gentios, os quais vindo a Ele formam nEle um só povo – A Igreja (Efésios 2.14).
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